Wednesday, November 12, 2008

a orientacao escolar e profissional no contexto da integracao da SADC:desafios e prespectiva

1. Introdução

O presente trabalho tem como tema “A Orientação Escolar e Profissional no contexto da Integração Regional: Desafios e Perspectivas”, O mesmo pretende mostrar a importância de se observar os mercados da região no acto da orientação.

A integração regional é uma realidade cada vez mais premente, daí a necessidade de se abordá-lo como uma forma de mostrar o que é isso de integração regional no campo da orientação escolar e profissional; quais são as futuras profissões que encontraram mercado em todos os países membros.

Num passado mais recente, a profissão seguida por um indivíduo dependia, em grande medida, da imposição do mercado local, de tal forma que a opinião de trabalhar fora do país, só acontecia na zona sul do pais (Moçambique).

Para a realização do mesmo recorreu-se à consulta bibliográfica estando o mesmo subdividido nos seguintes capítulos: introdução, desenvolvimento e conclusão.














1.2. Justificativa

A integração regional é uma necessidade como já se referiu acima, no que diz respeito à OEP, há que referir que esta não é uma ilha, portanto o orientador não pode contornar e nem sequer ignorar este facto.

No que diz respeito à esta pesquisa é preciso referenciar que é de grande importância, dado que a integração é um desafio irreversível, e Moçambique não poderá ficar alheio a esta realidade sob pena de se ver marginalizado de todo o processo. Isto porque numa área de integração económica, a tendência é sempre de impor-se o padrão mais evoluído dos que vigorarem em cada matéria como por exemplo, mercado de emprego, educação, a cultura, e a segurança social mais avançado.

Com o processo de integração espera-se que Moçambique venha a tirar partido da sua situação geográfica privilegiada, das suas potencialidades em recursos naturais e de outras vantagens comparativas e competitivas que possui, de modo a tirar benefícios do acesso ao mercado regional em termo da orientação profissões.

Achamos ser pertinente a análise do problema pelo facto de suscitar várias discussões como, se levantam, se o país de facto estará preparado para embarcar neste processo. E para isto, além dos factores económicos, que determinam a integração regional, há também necessidade de se analisar a vertente política. Pois todos os factores que explicam a integração regional devem ser destacados no sentido de se compreender seus efeitos sobre os pactuantes do bloco, assim como sobre os não pactuantes.

1.3Variantes
Variante independente Variante dependente
A Orientação Escolar e Profissional no contexto da integração regional • Pratica do orientador ;
• Serviços de orientação;
• Necessidades de melhoria do mercado;

2.1.DEFINIÇÃO DO PROBLEMA


A escolha de uma profissão nem sempre foi um problema universal uma vez que, nas sociedades primitivas, não havia especialização de trabalho, mas sim, uma simples divisão de trabalho entre homens e mulheres, a única diferenciação acontecia quando se tratasse de uma guerra, cuidados de saúde, etc.
Com a passagem do feudalismo para o capitalismo, houve necessidade de escolha profissional o que tornou um problema importante devido as transformações que ocorreram na sociedade.
A revolução industrial levou ao desenvolvimento tecnológico com o uso massivo de máquinas aumentando assim variedades tipos de profissões, o que levou a especialização da mão-de-obra.

Com a livre circulação de pessoas e bens na comunidade, poderá trazer como consequências imigrações de cidadãos para vários países membros da união a procura de melhores condições de vida. É importante que se criem mecanismos que permitam a efectivação dos serviços de orientação escolar e profissional , protegendo a dignidade da pessoa e as liberdades fundamentais. É necessário que uniformizar as legislações de trabalho de modo que o cliente seja garantido os direitos mínimos sociais. Sendo assim qual seria o papel da A Orientação Escolar e Profissional no contexto da Integração Regional: Desafios e Perspectivas”,









2.2.1.Objectivos

No que concerne ao objectivo geral este resume-se no seguinte:
• Perceber em que medida é que a integração regional impõe desafios e perspectivas ao O.E.P.

Enquanto que, em relação aos objectivos específicos podemos referir que os mesmos cingem-se nos seguintes:
• Verificar em que medida é que os desafios da integração regional impõem condicionalismos à O.E.P;
• Identificar a necessidade de mudança dos serviços de O.E.P como resultado da integração regional;
• Identificar em que medida é que o mercado de emprego deve ser melhorado para responder à os desafios da integração regional.
• Identificar o papel dos pais na O.E.P no âmbito da integração regional.



















3. REVISÃO BIBLIOGRÀFICA

Profissão
É uma actividade económica destinada a segurar a manutenção da vida do ponto de vista teórico do trabalho ou é o conjunto de habilidades adquiridas mediante certa aprendizagem”(In Walter, Leon, 1936.26).
Orientação
Genericamente consiste em acto ou arte de orientar. A definição sugere a possibilidade da pessoa ser orientada por profissionais qualificados ou também na possibilidade da própria pessoa se orientar.

Na perspectiva psicológica significa a ajuda prestada a uma pessoa com vista a solução de problemas relativos a escolha de uma profissão ou progresso profissional, tomando em consideração as características do interessado e a relação entre essas características e as possibilidades no mercado do emprego.

SADC – é uma organização regional que integra 14 países que perseguem os mesmos objectivos e princípios rumo a integração regional. A sigla significa Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

Integração – esta palavra tem origem no latim integratio que significa renovação ou restabelecimento, a partir de 1629 começou a aparecer em letra de forma com o significado apontando já para o seu significado actual de “combinação de partes num todo”.
Orientação escolar e profissional
São procedimentos que, visam direccionar o individuo sobre tudo os jovens e adolescentes na escolha profissional tendo em conta a dinâmica sócio económica para melhor se adaptarem a suas aptidões e seus gostos.
A orientação Profissional — é o conjunto de actividades/acções que criam condições para encaminhar as pessoas na escolha profissional tendo em conta a busca de soluções na mediação de conflitos no processo de escolha duma profissão.

Para Nerici (1992:24) orientação escolar e profissional – é o processo de auxiliar o individuo a escolher uma profissão, preparar-se para a mesma nela ingressar e progredir.

4.Contextualização da SADC

Em Lusaka, Zâmbia, no dia 01 de Abril de 1980, Angola. Botswana, Lesotho, Malawi, Moçambique, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué fundaram a SADCC (Souther African Development Coordination Conference), com os seguintes objectivos:
• Coordenar projectos de desenvolvimento a nível da região com vista a eliminar dependência económica com a África do Sul do regime de Apartheid.
• Implementar programas e projectos com impacto nacional e regional,
• Mobilizar recursos no seio dos membros na busca de auto confiança,
• Garantir melhor percepção e apoio da comunidade internacional

Em Agosto de 1992, os lideres da SADCC chegaram a conclusão de que, a conferência coordenadora serviu os seus objectivos com sucesso e tinha demonstrado a necessidade crucial de cooperação entre os Estados membros com vista a atingir o esforço de desenvolvimento. Todavia, a estrutura institucional e "modus operandi" da “prévis” SADCC não permitiria fazer face aos novos desafios que se apresentam.

Por isso, para que o progresso de constituição da Comunidade tenha êxito era necessário, sobretudo, um engajamento político sério em relação aos aspectos de cooperação e integração regional. Era momento de propiciar a organização de um “status” mais formal e legal. Portanto, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados Membros reúnem-se em Windhoek, Namíbia e assinam a declaração e o tratado da constituição da nova SADC- Southern African Development Community.

Objectivos da SADC:
• Alcançar o desenvolvimento económico, aliviar a pobreza e melhorar o nível de vida dos seus povos e apoiar os mais desfavorecidos, através da integração regional.
• Desenvolver valores políticos comuns, sistemas e instituições.
• Promover e defender a paz e segurança na região.

• Promover o auto-desenvolvimento, baseado no esforço colectivo e interdependências dos países membros.

Alcançar complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais. Reforçar e consolidar os velhos laços, históricos, sociais e culturais entre os povos da região.
Para alcançar estes objectivos a SADC deverá:
• Harmonizar as políticas sócio-económicas e planos dos países membros.
• Criar instituições e mecanismos apropriados para mobilização dos recursos para implementação dos programas e operações da SADC e suas instituições.
• Promover o desenvolvimento dos recursos Humanos.
• Promover o desenvolvimento, transferência e domínio da tecnologia.
• Melhorar a gestão da economia através de cooperação regional.

No rol dos programas de acção da SADC vários protocolos foram desenvolvidos e assinados nas áreas de Sistemas de partilha das águas, energia, combate ao tráfico de drogas ilícitas, Transportes, Comunicações e meteorologia, Comercio, educação e formação profissional, Mineração, imunidade e privilégios, Saúde, e outros e na maioria estes protocolos já foram ratificados e estão já em implementação. Textos disponível no Portal do governo de Moçambique em http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticias/news
5- O papel da Orientação Escolar e Profissional
A Orientação Escolar e Profissional (OEP) representa uma actividade de interface entre Educação/ Formação Profissional e inserção na vida activa e constitui o veículo que poderá permitir uma adaptação harmoniosa e equilibrada entre Sistema Educativo e Sistema Económico.
A OEP é um elemento estratégico sob vários pontos de vista. É importante para os indivíduos jovens, porque lhes permite um melhor conhecimento das oportunidades disponíveis para assim poderem fazer as suas opções de forma lúcida e consciente; é importante para os potenciais empregadores porque lhes permite conhecer, à partida, as qualificações e competências de eventuais futuros empregados; é importante para os países porque lhes permite potenciar os seus recursos humanos (Chisholm, 1994, p.3). À OEP cabe o papel de assegurar a equidade social no acesso às oportunidades de ensino e profissionais e uma eficiente distribuição e utilização dos recursos humanos.
Actualmente os serviços de OEP confrontam-se com novas realidades macro-sociais, nomeadamente a nível das transformações económicas. No caso da Integração Regional, não são apenas transformações económicas mas também as de carácter político e social que impõem novas exigências aos jovens. A criação do Mercado Único e a emergência da Integração Regional, são aspectos inovadores nos processos políticos e económicos da África Austral. Uma Orientação Escolar e Profissional (OEP) que pretenda ajudar na adequação entre oferta e procura no mercado de emprego deve não só estar atenta a estas novas realidades como reflectir sobre o seu próprio papel e contributo para a inserção profissional e social dos jovens.
Considera-se, que a OEP constitui um dos principais agentes para a consciencialização na Comunidade, nomeadamente: auxiliando indivíduos interessados em aproveitar oportunidades noutros Estados-membros; respondendo a pedidos de informação provenientes de outros Estados-membros e informando sobre possibilidades de emprego e formação profissional noutros Estados-membros (Watts, 1993, p.90).
Sendo a OEP uma actividade tão importante no desenvolvimento pessoal, profissional e social dos indivíduos, parece importante conhecer um pouco o/s contexto/s em que ela se insere. Texto Disponíveis em http://www.ipv.pt/millenium/ect5_pinho.htm ( citado 10 de Novembro de 2008)


5.1. Orientação escolar e profissional numa dimensão da SADC
O macro sistema Sociedade encontra-se em permanente mudança e conceitos como Educação, Formação, Orientação e Desenvolvimento não podem ser encarados como absolutos mas sim como conceitos em permanente mudança, que reflectem as ideias e os pensamentos dominantes em cada época e que devem adaptar-se aos novos contextos.

Verifica-se que os Sistemas Educativo e Económico evoluem, sofrem transformações ao longo dos tempos, embora muitas vezes descompassadas. Cabe à OEP o papel de "acertar o passo" entre os dois sistemas, de proceder a ajustes com benefícios para ambos e desta forma assumir um papel primordial na promoção do desenvolvimento.

Deste modo, a OEP deve adaptar-se às novas situações de forma a responder eficazmente às novas necessidades decorrentes das mudanças contextuais. Os Serviços de OEP que até aqui procuravam a inserção social e profissional dos indivíduos a uma escala nacional, vêem-se assim confrontados com uma nova dimensão — a Dimensão da SADC, a qual impõe novas condições que exercem uma pressão crescente sobre esses serviços. O alargamento do mercado de emprego, a aceleração da inovação e os problemas de desemprego obrigam os modelos de orientação profissional a adaptar-se, criam necessidades de inovação dentro desses modelos. O espaço de inserção é cada vez mais vasto, não é regional e muito menos local, e uma orientação profissional à escala SADC, requer novas qualificações por parte dos profissionais de orientação.

Para fazer face aos novos desafios, os sistemas de orientação devem operar mudanças a vários níveis, nomeadamente: a nível da sua organização; dos seus conteúdos; das metodologias utilizadas e das qualificações dos conselheiros de orientação (Svendsen, 1994, p.5).

No entanto, essas mudanças devem ser operadas tendo em vista, sempre e em primeiro lugar, os interesses dos indivíduos, dos "clientes". A racionalidade pós-moderna trouxe consigo uma nova visão sobre o indivíduo, o actor. O indivíduo é agora encarado «enquanto sistema vivo singular, integrador de conhecimento e experiências em processo de auto-construção (Educação e Formação) contínua, embora por etapas, ciclos, fases da história pessoal, capaz de aquisição de capacidades de gestão das múltiplas dependências em que se move, de autonomia e liberdade que vai adquirindo buscando o "sentido" do mundo a que pertence (...) » (Ambrósio, 1992).

A OEP deve incentivar a auto-formação, deve promover o desenvolvimento de projectos profissionais ajudando os indivíduos, principalmente os jovens, na formação dos seus projectos pessoais.

A mobilidade, nomeadamente a mobilidade geográfica, parece possuir um papel importante no desenvolvimento de competências pessoais e sociais nos jovens, tornando-se, deste modo, um instrumento muito valioso para a OEP.

Para fazer face à crescente competitividade dentro da SADC e a nível internacional, são necessários Recursos Humanos altamente qualificados. Esses recursos devem ser dotados não só de competências técnicas mas também de competências transversais que lhes permitam adaptar-se a uma grande variedade de ambientes do ponto de vista profissional, cultural e linguístico. Essas competências não técnicas são de natureza pessoal e relacional - competências de 3ª dimensão (Aubrun e Orofiama, 1992). Considerando a inserção social nos seus vários aspectos ( integração social e cultural, aquisição de emprego, cidadania ), parece ser necessário que a OEP contribua para o desenvolvimento de competências de ordem pessoal e relacional tais como competências relacionadas com o comportamento profissional e pessoal, capacidades relativas à imagem de si próprio, de adaptação, de mudança, de fazer face a imprevistos. Torna-se necessário e urgente que os cidadãos se encontrem preparados para enfrentar uma sociedade baseada na aquisição de conhecimentos, onde se aprende e ensina ao longo de toda a vida.
Deste modo, a Orientação Escolar e Profissional deve adaptar-se às novas situações de forma a responder eficazmente às novas necessidades decorrentes das mudanças contextuais. http://www.ipv.pt/millenium/ect5_pinho.htm ( citado 10 de Novembro de 2008).
5.2. Papel dos pais e orientadores
Para que se desenvolva um trabalho integrado de orientação profissional, o professor e o orientador devem procurar conseguir o envolvimento dos pais. O desenvolvimento vocacional é um processo longitudinal, no qual, em termos de ideais, os anos de escola do primeiro grau são considerados como fundamentais no que se refere às opções profissionais e ao treino especializado, necessário, posteriormente em sua vida. Os pais transmitem atitudes, valores e informações profissionais. Exercem influência contínua durante a adolescência, enquanto que o professor e o orientador nem sempre são os mesmos através dos vários níveis educacionais e continuidade do programa de orientação profissional do aluno é, desse modo, estimulada, quando os pais estão conscientes e envolvidos no mesmo. Para isso é necessário a participação dos pais nas reuniões entre professor - orientador - pais; participação dos pais nas actividades de orientação profissional; dar aos pais material informações e material sobre profissões, , informar aos pais as habilidades e características específicas dos filhos, anteriormente desconhecidas para eles; explicar o programa de orientação profissional da escola “mercado de emprego na região da SADC.

A sondagem efectuada no Portal do Governo de Moçambique no dia 19/ 10/08 mostrou os seguintes resultado:
Qual acha que é o seu nível de conhecimento sobre integração regional?
Bom
25.31% (557 votes)
Razoável
39.12% (861 votes)
Mau
21.94% (483 votes)
Nenhum
13.63% (300 votes)

Votos Totais
Há 2201 votos nesta sondagem.
Fonte: Portal do Governo de Moçambique.

• Numa outra sondagem efectuada no Portal do Governo de Moçambique no 19/10/08 mostrou o seguinte resultado :
Qual acha que é o seu nível de conhecimento sobre integração regional?

Bom
25.00% (563 votes)
Razoável
39.21% (883 votes)
Mau
21.98% (495 votes)
Nenhum
13.81% (311 votes)
Votos Totais

Há 2252 votos nesta sondagem.

Fonte: Portal do Governo de Moçambique.

Estes resultados demonstraram que os moçambicanos têm um conhecimento básico dos efeitos da integração regional: Desafios e Perspectivas, nas entrevistas efectuadas provaram que os moçambicanos esperam mais emprego com abertura das fronteiras e um maior intercâmbio entre os povos no sentido de transferir as tecnologias.
5.3. Aspecto a ter m conta na escolha de um profissão no âmbito da integração da SADC

A escolha adequada da profissão depende em grande parte do ajustamento pessoal e social do indivíduo e consequentemente o seu futuro.
Sendo assim é importante orientar os Jovens para escolha da profissão, que lhes permita ter sucesso na vida profissional no seu pais como nos países da região.

As teorias psicanalíticas vêem na escolha profissional um busca de sublimação de impulsos. O trabalho satisfatório para o indivíduo seria então, aquele que satisfizesse esses impulsos entretanto para teoria freudiana as escolha profissionais encontram – se ligadas aos estágios de desenvolvimento infantil. Para os psicanalíticos, as escolhas encontram então relacionadas a experiências de satisfação e frustraras das necessidades de cada etapa de desenvolvimento. (BOHOSLAVSKY, 2003:18)

Dá ênfase aos instintos e energias biológicas inatas para relações sociais no seio da família a medida que as crianças crescem. Concluindo que a posição na família e extremamente importante na determinação de comum indivíduo lidara com a realidade, isto e, o estilo de vida na escolha da profissão. (BOHOSLAVSKY, 2003:19)
Na teoria de Adler vê-se que os conflitos importantes muitas vezes ocorrem com um indivíduo e seu meio e não dentro de um indivíduo, como Freud havia defendido. (BOHOSLAVSKY, 2003:19)

Quando o jovem escolhe uma profissão deve ter em conta que essa profissão representa, não apenas assegurar o seu sustento material e satisfação pessoal, mas também que irá servir o próximo. Não se devendo planear a vida somente em termos pessoais, sendo que se deve tomar em conta a sociedade onde está inserido (integração regional).
Dai que na escolha de uma profissão devemos ter em conta alguns princípios:

6. A Necessidade De Melhoria Do Mercado de Emprego De Moçambique
6.1 Situação do Mercado de Emprego Em Moçambique

Em Moçambique, a situação do mercado de emprego é ainda de difícil caracterização. Entre a existência de pessoal altamente qualificado, mas mal empregado ou desempregado e a existência de altos postos de trabalho ocupados por pessoal de baixas qualificações, o desafio dos empregadores e dos candidatos a emprego continua a ser o fomento do emprego e do auto-emprego, bem como o melhoramento da qualidade dos profissionais que saem das nossas instituições de ensino.

O progresso técnico e cientifico, a mundialização da economia e a sociedade da informação, são fenómeno que operam rápidas e profundas mudanças na sociedade actual. A pressão crescente em termos de competitividade a nível internacional requer, por parte dos sistemas económicos qualidade, inovação e capacidade de antecipar mudanças.

Para Sortane & Falusso (2008). Moçambique não esta preparado para enfrentar as permanentes mudanças contextuais da sociedade actual significa pagar um preço muito elevado: o desemprego e a exclusão social, Moçambique não está fora deste contexto. O combate a estes dois flagelos pressupõe adequação entre oferta e procura no mercado de emprego, o que implica que os indivíduos sejam dotados de qualificações e competências que lhes permitam acompanhar o ritmo das transformações do mercado de emprego e da sociedade em geral.

Ao Estado, cabe a responsabilidade de regular, fiscalizar e facilitar as acções das instituições e dos cidadãos, promovendo um ambiente laboral favorável ao investimento, bem como a responsabilidade de promoção de iniciativas que visem uma melhor gestão do mercado de emprego, para que se garanta a colocação da pessoa certa no lugar certo, factor que é muito importante num país com escassos recursos humanos como é o nosso.

Sortane & Falusso (2008) advoga que à “Orientação Escolar e Profissional cabe o papel de garantir uma adaptação equilibrada entre formação e inserção na vida activa, contribuindo para a requalificação da mão de obra desempregada e complementando o trabalho desenvolvimento pelos sistemas de ensino em Moçambique no sentido de proporcionar as qualificações adequadas aos jovens que encontram nesses sistemas”

È notório que em Moçambique a procura é maior que a oferta. outrora o estudante após a conclusão do nível médio ou uma formação técnica, automaticamente tinha o emprego garantido.

Actualmente, mesmo com a formação superior os jovens não encontram postos de trabalho, não têm facilidade de acesso ao emprego para iniciar uma actividade económica, a não ser que consigam uma vaga a partir das Instituições onde tiverem a sorte de estagiar e o empregador gostar do seu desempenho.
6. 2. Procura de mercado de emprego.

Devemos ter em conta a possibilidade de derivar do seu exercício da profissão o sustento adequado do indivíduo e da sua família. É preciso escolher uma profissão que garanta a possibilidade de emprego tanto no mercado nacional como internacional (países vizinho)

Quanto ao mercado de emprego nota-se uma grande procura na áreas das minas, com as descobertas das areias pesadas de Moma — Nampula e chibuto em Gaza, gás naturais de Pande em Inhambane, e com a instalação da Mozal, sentiu-se uma falta de formação dos jovens para áreas como:
• Geólogo
• Engenheiro de Minas
• Oceanógrafos
• Estaticistas
• Especialista da informática
• Arquitecto e Urbanista
• Engenheiros civis
• Engenheiro do ambiental
• Engenheiro Electrotécnicos;
Esta é a descrição de umas das profissões muito procuradas na actualidade:

Geólogo - analisa rocha, minerais e fosseis para determinar a evolução e natureza de formações geológicas; estuda as origens, comportamento e efeitos de forças que modificam a crosta terrestre, como altas pressões, aplicando conhecimentos de química, física, biologia, matemática, colabora na elaboração e identificação de jazidas de minérios, gás, petróleo e recursos subaquáticos; aplica conhecimentos geológicos na construção civil, como por exemplo: construção de barragens, pontes, túneis ou edificações de grande envergadura.

Engenheiro Ambiental – estuda os problemas ambientais de forma integrada, na suas dimensões ecológica, social, económica e tecnológica, com vista a promover a adequada gestão de qualquer sistema ambiental, assegura um desenvolvimento equilibrado e sustentado.

Engenheiro de Minas – efectua estudos sobre mineração, prepara e superintende os trabalhadores de prospecção, exploração e tratamento de minerais, petróleo e gás natural, tendo em vista a sua aplicação. Ministério do trabalho de Moçambique(2003).


7. Conclusão e sugestões
7.1. Conclusão

Por meio dos estudos realizados para este trabalho e das opiniões colhidas em torno do tema compreendemos que, o processo de integração como um fenómeno incontornável não pode ser analisado senão sob uma óptica ecléctica. Porque ela nos permite avaliar o processo de integração regional a partir de seus factores determinantes.

Neste sentido Moçambique ainda não está em condições de concorrer, em pé de igualdade, com os restantes países membros da comunidade. Isto porque o Estado ainda não tem instrumentos necessários para enfrentar os desafios da integração. Embora seja um Estado consolidado, na África Austral, na área de governação democrática.

Notamos que neste processo de integração da SADC tudo gira em torno dos interesses económicos. Não existe portanto uma preocupação em aprofundar as relações existentes no interior do bloco, naquilo que são os aspectos de Orientação Escolar e Profissional e abertura do Mercado de Emprego.

Uma das razões para que isto ocorra deve-se ao facto da SADC não possuir instrumentos que fortaleçam o processo de integração. As obrigações criadas para os pactuantes da SADC existem a partir dos protocolos celebrados; muitos dos quais inactivos.

Concluímos também que, embora no processo de integração económica, as diferenças permitam uma margem de vantagens competitivas. Moçambique de facto tem que passar por reformas estruturais nos sectores que fomentam o comércio (agricultura, transportes, infra estruturas, comunicação, etc.). E não só, sectores como Educação e Saúde são vitais para que haja no país um mercado de capitais humanos e prestação de serviços cada vez mais especializado, portanto competitivo.

Não refutamos a ideia de que a integração regional é vantajosa para o desenvolvimento e estabilidade económica e política intra e extra – bloco. Afirmamos sim, que para que Moçambique possa alcançar os objectivos da integração é necessário que construa sua sustentabilidade na Educação .

7.2. Sugestões

O Estado Moçambicano deve fazer parte da integração económica na SADC. Mas isto não significa que o país deva abrir as suas portas para a exploração do seu mercado de emprego; numa posição de vulnerabilidade. Antes, Moçambique deve criar instrumentos eficazes que protejam os produtos, bens, mercado de emprego e capital humano nacionais, conciliando, evidentemente, os interesses internos com os objectivos previstos pela SADC.

No âmbito da SADC deve-se criar instrumentos um Centro de Orientação Escolar e Profissional que permitam que se caminhe naturalmente, respeitando as diferenças existentes intra – bloco, para a livre circulação de pessoas, serviços e bens. E para isto é necessário formar um ambiente favorável para a integração, é necessário olhar-se para a governação, a luta contra a corrupção e outros factores que condicionam o processo de integração; sobretudo no interior dos Estados – membros.
Especificamente sobre Moçambique, o Governo não pode atingir os objectivos da SADC sem a intervenção dos Orientadores. Portanto é importante que se adoptem medidas criadoras e pró activas na mobilização das organizações destes serviços de orientação Escolar e Profissional e da sociedade civil, para que invistam na implementação dos programas de integração na região.
O papel do Orientador deve ser a todos os títulos decisivo. Mas para tal o Governo deve auxiliar e aumentar os Centros de Orientação, e intensificar o esforço de modernização, inovação, tecnologias, de modo a colocar no mercado de emprego nacional e internacional profissionais de qualidade que possam competir em de pé igualdade com os países da região.


Referência
AMBRÓSIO, T. (coord.).L`orientation professionnelle pour la mobilité des jeunes
en formation, Document de travail de la conférence Européenne" le nouvea
rôle de l`orientation professionnell dans le cadre du marché unique".
Rome.1994
AUBRUN, S . e OROFIAMMA, R.Les competences de 3e Dimension, ouverture
professionnelle?. Conservatoire National des arts et Metiers- Centre de
Formation de Formateurs, Paris.1990.
BOHOSLAVSKY, R. Orientação Vocacional – A estratégia clínica. São Paulo, Martins
Fontes, 1977
BOHOSLAVSKY, R. Lo Vocacional: Teoria, Técnica e Ideologia. Buenos Aires,
Busqueda, 1975.
CRUZ, Paula a tal. Manual de Praticas Pedagógicas. Editora educar; Maputo 2008.

Ministério do trabalho de Moçambique(2003). Classificação Nacional das Profissões.

NERICI , Imideo G. Introdução à didáctica geral ; 16ª edição , editora atlas; São Paulo
1991.
PROENÇA, José J.G. Formação Profissional e Desenvolvimento Nacional, , Lisboa, 1964.
REIS, Mª Celeste e SANTOS, José Pinto. Formação e Rendimento Profissional estudo
de um caso de formação de aprendizes. Lisboa 1970.
SORSVEDENSON, S. 1994. Innovation dans les systèmes nationaux d`orientation
profissionnelle. Document de travaille de la Conference Européenne
"Le noveau rôle de lòrientation Professionelle dans le cadre du marché
unique", Rome.
SORTANE, Conceita & FALUSSO, Delfim(2008) Ficha 4 de OEP, 3 º ano.UP.Maputo.
WATTS, A.G. 1993. Orientação Escolar e Profissional na Comunidade Europeia. Serviço
das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo.

http://www.govnet.gov.mz/sitemap
http://www.ipv.pt/millenium/ect5_pinho.htm