Wednesday, November 12, 2008

a orientacao escolar e profissional no contexto da integracao da SADC:desafios e prespectiva

1. Introdução

O presente trabalho tem como tema “A Orientação Escolar e Profissional no contexto da Integração Regional: Desafios e Perspectivas”, O mesmo pretende mostrar a importância de se observar os mercados da região no acto da orientação.

A integração regional é uma realidade cada vez mais premente, daí a necessidade de se abordá-lo como uma forma de mostrar o que é isso de integração regional no campo da orientação escolar e profissional; quais são as futuras profissões que encontraram mercado em todos os países membros.

Num passado mais recente, a profissão seguida por um indivíduo dependia, em grande medida, da imposição do mercado local, de tal forma que a opinião de trabalhar fora do país, só acontecia na zona sul do pais (Moçambique).

Para a realização do mesmo recorreu-se à consulta bibliográfica estando o mesmo subdividido nos seguintes capítulos: introdução, desenvolvimento e conclusão.














1.2. Justificativa

A integração regional é uma necessidade como já se referiu acima, no que diz respeito à OEP, há que referir que esta não é uma ilha, portanto o orientador não pode contornar e nem sequer ignorar este facto.

No que diz respeito à esta pesquisa é preciso referenciar que é de grande importância, dado que a integração é um desafio irreversível, e Moçambique não poderá ficar alheio a esta realidade sob pena de se ver marginalizado de todo o processo. Isto porque numa área de integração económica, a tendência é sempre de impor-se o padrão mais evoluído dos que vigorarem em cada matéria como por exemplo, mercado de emprego, educação, a cultura, e a segurança social mais avançado.

Com o processo de integração espera-se que Moçambique venha a tirar partido da sua situação geográfica privilegiada, das suas potencialidades em recursos naturais e de outras vantagens comparativas e competitivas que possui, de modo a tirar benefícios do acesso ao mercado regional em termo da orientação profissões.

Achamos ser pertinente a análise do problema pelo facto de suscitar várias discussões como, se levantam, se o país de facto estará preparado para embarcar neste processo. E para isto, além dos factores económicos, que determinam a integração regional, há também necessidade de se analisar a vertente política. Pois todos os factores que explicam a integração regional devem ser destacados no sentido de se compreender seus efeitos sobre os pactuantes do bloco, assim como sobre os não pactuantes.

1.3Variantes
Variante independente Variante dependente
A Orientação Escolar e Profissional no contexto da integração regional • Pratica do orientador ;
• Serviços de orientação;
• Necessidades de melhoria do mercado;

2.1.DEFINIÇÃO DO PROBLEMA


A escolha de uma profissão nem sempre foi um problema universal uma vez que, nas sociedades primitivas, não havia especialização de trabalho, mas sim, uma simples divisão de trabalho entre homens e mulheres, a única diferenciação acontecia quando se tratasse de uma guerra, cuidados de saúde, etc.
Com a passagem do feudalismo para o capitalismo, houve necessidade de escolha profissional o que tornou um problema importante devido as transformações que ocorreram na sociedade.
A revolução industrial levou ao desenvolvimento tecnológico com o uso massivo de máquinas aumentando assim variedades tipos de profissões, o que levou a especialização da mão-de-obra.

Com a livre circulação de pessoas e bens na comunidade, poderá trazer como consequências imigrações de cidadãos para vários países membros da união a procura de melhores condições de vida. É importante que se criem mecanismos que permitam a efectivação dos serviços de orientação escolar e profissional , protegendo a dignidade da pessoa e as liberdades fundamentais. É necessário que uniformizar as legislações de trabalho de modo que o cliente seja garantido os direitos mínimos sociais. Sendo assim qual seria o papel da A Orientação Escolar e Profissional no contexto da Integração Regional: Desafios e Perspectivas”,









2.2.1.Objectivos

No que concerne ao objectivo geral este resume-se no seguinte:
• Perceber em que medida é que a integração regional impõe desafios e perspectivas ao O.E.P.

Enquanto que, em relação aos objectivos específicos podemos referir que os mesmos cingem-se nos seguintes:
• Verificar em que medida é que os desafios da integração regional impõem condicionalismos à O.E.P;
• Identificar a necessidade de mudança dos serviços de O.E.P como resultado da integração regional;
• Identificar em que medida é que o mercado de emprego deve ser melhorado para responder à os desafios da integração regional.
• Identificar o papel dos pais na O.E.P no âmbito da integração regional.



















3. REVISÃO BIBLIOGRÀFICA

Profissão
É uma actividade económica destinada a segurar a manutenção da vida do ponto de vista teórico do trabalho ou é o conjunto de habilidades adquiridas mediante certa aprendizagem”(In Walter, Leon, 1936.26).
Orientação
Genericamente consiste em acto ou arte de orientar. A definição sugere a possibilidade da pessoa ser orientada por profissionais qualificados ou também na possibilidade da própria pessoa se orientar.

Na perspectiva psicológica significa a ajuda prestada a uma pessoa com vista a solução de problemas relativos a escolha de uma profissão ou progresso profissional, tomando em consideração as características do interessado e a relação entre essas características e as possibilidades no mercado do emprego.

SADC – é uma organização regional que integra 14 países que perseguem os mesmos objectivos e princípios rumo a integração regional. A sigla significa Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

Integração – esta palavra tem origem no latim integratio que significa renovação ou restabelecimento, a partir de 1629 começou a aparecer em letra de forma com o significado apontando já para o seu significado actual de “combinação de partes num todo”.
Orientação escolar e profissional
São procedimentos que, visam direccionar o individuo sobre tudo os jovens e adolescentes na escolha profissional tendo em conta a dinâmica sócio económica para melhor se adaptarem a suas aptidões e seus gostos.
A orientação Profissional — é o conjunto de actividades/acções que criam condições para encaminhar as pessoas na escolha profissional tendo em conta a busca de soluções na mediação de conflitos no processo de escolha duma profissão.

Para Nerici (1992:24) orientação escolar e profissional – é o processo de auxiliar o individuo a escolher uma profissão, preparar-se para a mesma nela ingressar e progredir.

4.Contextualização da SADC

Em Lusaka, Zâmbia, no dia 01 de Abril de 1980, Angola. Botswana, Lesotho, Malawi, Moçambique, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué fundaram a SADCC (Souther African Development Coordination Conference), com os seguintes objectivos:
• Coordenar projectos de desenvolvimento a nível da região com vista a eliminar dependência económica com a África do Sul do regime de Apartheid.
• Implementar programas e projectos com impacto nacional e regional,
• Mobilizar recursos no seio dos membros na busca de auto confiança,
• Garantir melhor percepção e apoio da comunidade internacional

Em Agosto de 1992, os lideres da SADCC chegaram a conclusão de que, a conferência coordenadora serviu os seus objectivos com sucesso e tinha demonstrado a necessidade crucial de cooperação entre os Estados membros com vista a atingir o esforço de desenvolvimento. Todavia, a estrutura institucional e "modus operandi" da “prévis” SADCC não permitiria fazer face aos novos desafios que se apresentam.

Por isso, para que o progresso de constituição da Comunidade tenha êxito era necessário, sobretudo, um engajamento político sério em relação aos aspectos de cooperação e integração regional. Era momento de propiciar a organização de um “status” mais formal e legal. Portanto, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados Membros reúnem-se em Windhoek, Namíbia e assinam a declaração e o tratado da constituição da nova SADC- Southern African Development Community.

Objectivos da SADC:
• Alcançar o desenvolvimento económico, aliviar a pobreza e melhorar o nível de vida dos seus povos e apoiar os mais desfavorecidos, através da integração regional.
• Desenvolver valores políticos comuns, sistemas e instituições.
• Promover e defender a paz e segurança na região.

• Promover o auto-desenvolvimento, baseado no esforço colectivo e interdependências dos países membros.

Alcançar complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais. Reforçar e consolidar os velhos laços, históricos, sociais e culturais entre os povos da região.
Para alcançar estes objectivos a SADC deverá:
• Harmonizar as políticas sócio-económicas e planos dos países membros.
• Criar instituições e mecanismos apropriados para mobilização dos recursos para implementação dos programas e operações da SADC e suas instituições.
• Promover o desenvolvimento dos recursos Humanos.
• Promover o desenvolvimento, transferência e domínio da tecnologia.
• Melhorar a gestão da economia através de cooperação regional.

No rol dos programas de acção da SADC vários protocolos foram desenvolvidos e assinados nas áreas de Sistemas de partilha das águas, energia, combate ao tráfico de drogas ilícitas, Transportes, Comunicações e meteorologia, Comercio, educação e formação profissional, Mineração, imunidade e privilégios, Saúde, e outros e na maioria estes protocolos já foram ratificados e estão já em implementação. Textos disponível no Portal do governo de Moçambique em http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticias/news
5- O papel da Orientação Escolar e Profissional
A Orientação Escolar e Profissional (OEP) representa uma actividade de interface entre Educação/ Formação Profissional e inserção na vida activa e constitui o veículo que poderá permitir uma adaptação harmoniosa e equilibrada entre Sistema Educativo e Sistema Económico.
A OEP é um elemento estratégico sob vários pontos de vista. É importante para os indivíduos jovens, porque lhes permite um melhor conhecimento das oportunidades disponíveis para assim poderem fazer as suas opções de forma lúcida e consciente; é importante para os potenciais empregadores porque lhes permite conhecer, à partida, as qualificações e competências de eventuais futuros empregados; é importante para os países porque lhes permite potenciar os seus recursos humanos (Chisholm, 1994, p.3). À OEP cabe o papel de assegurar a equidade social no acesso às oportunidades de ensino e profissionais e uma eficiente distribuição e utilização dos recursos humanos.
Actualmente os serviços de OEP confrontam-se com novas realidades macro-sociais, nomeadamente a nível das transformações económicas. No caso da Integração Regional, não são apenas transformações económicas mas também as de carácter político e social que impõem novas exigências aos jovens. A criação do Mercado Único e a emergência da Integração Regional, são aspectos inovadores nos processos políticos e económicos da África Austral. Uma Orientação Escolar e Profissional (OEP) que pretenda ajudar na adequação entre oferta e procura no mercado de emprego deve não só estar atenta a estas novas realidades como reflectir sobre o seu próprio papel e contributo para a inserção profissional e social dos jovens.
Considera-se, que a OEP constitui um dos principais agentes para a consciencialização na Comunidade, nomeadamente: auxiliando indivíduos interessados em aproveitar oportunidades noutros Estados-membros; respondendo a pedidos de informação provenientes de outros Estados-membros e informando sobre possibilidades de emprego e formação profissional noutros Estados-membros (Watts, 1993, p.90).
Sendo a OEP uma actividade tão importante no desenvolvimento pessoal, profissional e social dos indivíduos, parece importante conhecer um pouco o/s contexto/s em que ela se insere. Texto Disponíveis em http://www.ipv.pt/millenium/ect5_pinho.htm ( citado 10 de Novembro de 2008)


5.1. Orientação escolar e profissional numa dimensão da SADC
O macro sistema Sociedade encontra-se em permanente mudança e conceitos como Educação, Formação, Orientação e Desenvolvimento não podem ser encarados como absolutos mas sim como conceitos em permanente mudança, que reflectem as ideias e os pensamentos dominantes em cada época e que devem adaptar-se aos novos contextos.

Verifica-se que os Sistemas Educativo e Económico evoluem, sofrem transformações ao longo dos tempos, embora muitas vezes descompassadas. Cabe à OEP o papel de "acertar o passo" entre os dois sistemas, de proceder a ajustes com benefícios para ambos e desta forma assumir um papel primordial na promoção do desenvolvimento.

Deste modo, a OEP deve adaptar-se às novas situações de forma a responder eficazmente às novas necessidades decorrentes das mudanças contextuais. Os Serviços de OEP que até aqui procuravam a inserção social e profissional dos indivíduos a uma escala nacional, vêem-se assim confrontados com uma nova dimensão — a Dimensão da SADC, a qual impõe novas condições que exercem uma pressão crescente sobre esses serviços. O alargamento do mercado de emprego, a aceleração da inovação e os problemas de desemprego obrigam os modelos de orientação profissional a adaptar-se, criam necessidades de inovação dentro desses modelos. O espaço de inserção é cada vez mais vasto, não é regional e muito menos local, e uma orientação profissional à escala SADC, requer novas qualificações por parte dos profissionais de orientação.

Para fazer face aos novos desafios, os sistemas de orientação devem operar mudanças a vários níveis, nomeadamente: a nível da sua organização; dos seus conteúdos; das metodologias utilizadas e das qualificações dos conselheiros de orientação (Svendsen, 1994, p.5).

No entanto, essas mudanças devem ser operadas tendo em vista, sempre e em primeiro lugar, os interesses dos indivíduos, dos "clientes". A racionalidade pós-moderna trouxe consigo uma nova visão sobre o indivíduo, o actor. O indivíduo é agora encarado «enquanto sistema vivo singular, integrador de conhecimento e experiências em processo de auto-construção (Educação e Formação) contínua, embora por etapas, ciclos, fases da história pessoal, capaz de aquisição de capacidades de gestão das múltiplas dependências em que se move, de autonomia e liberdade que vai adquirindo buscando o "sentido" do mundo a que pertence (...) » (Ambrósio, 1992).

A OEP deve incentivar a auto-formação, deve promover o desenvolvimento de projectos profissionais ajudando os indivíduos, principalmente os jovens, na formação dos seus projectos pessoais.

A mobilidade, nomeadamente a mobilidade geográfica, parece possuir um papel importante no desenvolvimento de competências pessoais e sociais nos jovens, tornando-se, deste modo, um instrumento muito valioso para a OEP.

Para fazer face à crescente competitividade dentro da SADC e a nível internacional, são necessários Recursos Humanos altamente qualificados. Esses recursos devem ser dotados não só de competências técnicas mas também de competências transversais que lhes permitam adaptar-se a uma grande variedade de ambientes do ponto de vista profissional, cultural e linguístico. Essas competências não técnicas são de natureza pessoal e relacional - competências de 3ª dimensão (Aubrun e Orofiama, 1992). Considerando a inserção social nos seus vários aspectos ( integração social e cultural, aquisição de emprego, cidadania ), parece ser necessário que a OEP contribua para o desenvolvimento de competências de ordem pessoal e relacional tais como competências relacionadas com o comportamento profissional e pessoal, capacidades relativas à imagem de si próprio, de adaptação, de mudança, de fazer face a imprevistos. Torna-se necessário e urgente que os cidadãos se encontrem preparados para enfrentar uma sociedade baseada na aquisição de conhecimentos, onde se aprende e ensina ao longo de toda a vida.
Deste modo, a Orientação Escolar e Profissional deve adaptar-se às novas situações de forma a responder eficazmente às novas necessidades decorrentes das mudanças contextuais. http://www.ipv.pt/millenium/ect5_pinho.htm ( citado 10 de Novembro de 2008).
5.2. Papel dos pais e orientadores
Para que se desenvolva um trabalho integrado de orientação profissional, o professor e o orientador devem procurar conseguir o envolvimento dos pais. O desenvolvimento vocacional é um processo longitudinal, no qual, em termos de ideais, os anos de escola do primeiro grau são considerados como fundamentais no que se refere às opções profissionais e ao treino especializado, necessário, posteriormente em sua vida. Os pais transmitem atitudes, valores e informações profissionais. Exercem influência contínua durante a adolescência, enquanto que o professor e o orientador nem sempre são os mesmos através dos vários níveis educacionais e continuidade do programa de orientação profissional do aluno é, desse modo, estimulada, quando os pais estão conscientes e envolvidos no mesmo. Para isso é necessário a participação dos pais nas reuniões entre professor - orientador - pais; participação dos pais nas actividades de orientação profissional; dar aos pais material informações e material sobre profissões, , informar aos pais as habilidades e características específicas dos filhos, anteriormente desconhecidas para eles; explicar o programa de orientação profissional da escola “mercado de emprego na região da SADC.

A sondagem efectuada no Portal do Governo de Moçambique no dia 19/ 10/08 mostrou os seguintes resultado:
Qual acha que é o seu nível de conhecimento sobre integração regional?
Bom
25.31% (557 votes)
Razoável
39.12% (861 votes)
Mau
21.94% (483 votes)
Nenhum
13.63% (300 votes)

Votos Totais
Há 2201 votos nesta sondagem.
Fonte: Portal do Governo de Moçambique.

• Numa outra sondagem efectuada no Portal do Governo de Moçambique no 19/10/08 mostrou o seguinte resultado :
Qual acha que é o seu nível de conhecimento sobre integração regional?

Bom
25.00% (563 votes)
Razoável
39.21% (883 votes)
Mau
21.98% (495 votes)
Nenhum
13.81% (311 votes)
Votos Totais

Há 2252 votos nesta sondagem.

Fonte: Portal do Governo de Moçambique.

Estes resultados demonstraram que os moçambicanos têm um conhecimento básico dos efeitos da integração regional: Desafios e Perspectivas, nas entrevistas efectuadas provaram que os moçambicanos esperam mais emprego com abertura das fronteiras e um maior intercâmbio entre os povos no sentido de transferir as tecnologias.
5.3. Aspecto a ter m conta na escolha de um profissão no âmbito da integração da SADC

A escolha adequada da profissão depende em grande parte do ajustamento pessoal e social do indivíduo e consequentemente o seu futuro.
Sendo assim é importante orientar os Jovens para escolha da profissão, que lhes permita ter sucesso na vida profissional no seu pais como nos países da região.

As teorias psicanalíticas vêem na escolha profissional um busca de sublimação de impulsos. O trabalho satisfatório para o indivíduo seria então, aquele que satisfizesse esses impulsos entretanto para teoria freudiana as escolha profissionais encontram – se ligadas aos estágios de desenvolvimento infantil. Para os psicanalíticos, as escolhas encontram então relacionadas a experiências de satisfação e frustraras das necessidades de cada etapa de desenvolvimento. (BOHOSLAVSKY, 2003:18)

Dá ênfase aos instintos e energias biológicas inatas para relações sociais no seio da família a medida que as crianças crescem. Concluindo que a posição na família e extremamente importante na determinação de comum indivíduo lidara com a realidade, isto e, o estilo de vida na escolha da profissão. (BOHOSLAVSKY, 2003:19)
Na teoria de Adler vê-se que os conflitos importantes muitas vezes ocorrem com um indivíduo e seu meio e não dentro de um indivíduo, como Freud havia defendido. (BOHOSLAVSKY, 2003:19)

Quando o jovem escolhe uma profissão deve ter em conta que essa profissão representa, não apenas assegurar o seu sustento material e satisfação pessoal, mas também que irá servir o próximo. Não se devendo planear a vida somente em termos pessoais, sendo que se deve tomar em conta a sociedade onde está inserido (integração regional).
Dai que na escolha de uma profissão devemos ter em conta alguns princípios:

6. A Necessidade De Melhoria Do Mercado de Emprego De Moçambique
6.1 Situação do Mercado de Emprego Em Moçambique

Em Moçambique, a situação do mercado de emprego é ainda de difícil caracterização. Entre a existência de pessoal altamente qualificado, mas mal empregado ou desempregado e a existência de altos postos de trabalho ocupados por pessoal de baixas qualificações, o desafio dos empregadores e dos candidatos a emprego continua a ser o fomento do emprego e do auto-emprego, bem como o melhoramento da qualidade dos profissionais que saem das nossas instituições de ensino.

O progresso técnico e cientifico, a mundialização da economia e a sociedade da informação, são fenómeno que operam rápidas e profundas mudanças na sociedade actual. A pressão crescente em termos de competitividade a nível internacional requer, por parte dos sistemas económicos qualidade, inovação e capacidade de antecipar mudanças.

Para Sortane & Falusso (2008). Moçambique não esta preparado para enfrentar as permanentes mudanças contextuais da sociedade actual significa pagar um preço muito elevado: o desemprego e a exclusão social, Moçambique não está fora deste contexto. O combate a estes dois flagelos pressupõe adequação entre oferta e procura no mercado de emprego, o que implica que os indivíduos sejam dotados de qualificações e competências que lhes permitam acompanhar o ritmo das transformações do mercado de emprego e da sociedade em geral.

Ao Estado, cabe a responsabilidade de regular, fiscalizar e facilitar as acções das instituições e dos cidadãos, promovendo um ambiente laboral favorável ao investimento, bem como a responsabilidade de promoção de iniciativas que visem uma melhor gestão do mercado de emprego, para que se garanta a colocação da pessoa certa no lugar certo, factor que é muito importante num país com escassos recursos humanos como é o nosso.

Sortane & Falusso (2008) advoga que à “Orientação Escolar e Profissional cabe o papel de garantir uma adaptação equilibrada entre formação e inserção na vida activa, contribuindo para a requalificação da mão de obra desempregada e complementando o trabalho desenvolvimento pelos sistemas de ensino em Moçambique no sentido de proporcionar as qualificações adequadas aos jovens que encontram nesses sistemas”

È notório que em Moçambique a procura é maior que a oferta. outrora o estudante após a conclusão do nível médio ou uma formação técnica, automaticamente tinha o emprego garantido.

Actualmente, mesmo com a formação superior os jovens não encontram postos de trabalho, não têm facilidade de acesso ao emprego para iniciar uma actividade económica, a não ser que consigam uma vaga a partir das Instituições onde tiverem a sorte de estagiar e o empregador gostar do seu desempenho.
6. 2. Procura de mercado de emprego.

Devemos ter em conta a possibilidade de derivar do seu exercício da profissão o sustento adequado do indivíduo e da sua família. É preciso escolher uma profissão que garanta a possibilidade de emprego tanto no mercado nacional como internacional (países vizinho)

Quanto ao mercado de emprego nota-se uma grande procura na áreas das minas, com as descobertas das areias pesadas de Moma — Nampula e chibuto em Gaza, gás naturais de Pande em Inhambane, e com a instalação da Mozal, sentiu-se uma falta de formação dos jovens para áreas como:
• Geólogo
• Engenheiro de Minas
• Oceanógrafos
• Estaticistas
• Especialista da informática
• Arquitecto e Urbanista
• Engenheiros civis
• Engenheiro do ambiental
• Engenheiro Electrotécnicos;
Esta é a descrição de umas das profissões muito procuradas na actualidade:

Geólogo - analisa rocha, minerais e fosseis para determinar a evolução e natureza de formações geológicas; estuda as origens, comportamento e efeitos de forças que modificam a crosta terrestre, como altas pressões, aplicando conhecimentos de química, física, biologia, matemática, colabora na elaboração e identificação de jazidas de minérios, gás, petróleo e recursos subaquáticos; aplica conhecimentos geológicos na construção civil, como por exemplo: construção de barragens, pontes, túneis ou edificações de grande envergadura.

Engenheiro Ambiental – estuda os problemas ambientais de forma integrada, na suas dimensões ecológica, social, económica e tecnológica, com vista a promover a adequada gestão de qualquer sistema ambiental, assegura um desenvolvimento equilibrado e sustentado.

Engenheiro de Minas – efectua estudos sobre mineração, prepara e superintende os trabalhadores de prospecção, exploração e tratamento de minerais, petróleo e gás natural, tendo em vista a sua aplicação. Ministério do trabalho de Moçambique(2003).


7. Conclusão e sugestões
7.1. Conclusão

Por meio dos estudos realizados para este trabalho e das opiniões colhidas em torno do tema compreendemos que, o processo de integração como um fenómeno incontornável não pode ser analisado senão sob uma óptica ecléctica. Porque ela nos permite avaliar o processo de integração regional a partir de seus factores determinantes.

Neste sentido Moçambique ainda não está em condições de concorrer, em pé de igualdade, com os restantes países membros da comunidade. Isto porque o Estado ainda não tem instrumentos necessários para enfrentar os desafios da integração. Embora seja um Estado consolidado, na África Austral, na área de governação democrática.

Notamos que neste processo de integração da SADC tudo gira em torno dos interesses económicos. Não existe portanto uma preocupação em aprofundar as relações existentes no interior do bloco, naquilo que são os aspectos de Orientação Escolar e Profissional e abertura do Mercado de Emprego.

Uma das razões para que isto ocorra deve-se ao facto da SADC não possuir instrumentos que fortaleçam o processo de integração. As obrigações criadas para os pactuantes da SADC existem a partir dos protocolos celebrados; muitos dos quais inactivos.

Concluímos também que, embora no processo de integração económica, as diferenças permitam uma margem de vantagens competitivas. Moçambique de facto tem que passar por reformas estruturais nos sectores que fomentam o comércio (agricultura, transportes, infra estruturas, comunicação, etc.). E não só, sectores como Educação e Saúde são vitais para que haja no país um mercado de capitais humanos e prestação de serviços cada vez mais especializado, portanto competitivo.

Não refutamos a ideia de que a integração regional é vantajosa para o desenvolvimento e estabilidade económica e política intra e extra – bloco. Afirmamos sim, que para que Moçambique possa alcançar os objectivos da integração é necessário que construa sua sustentabilidade na Educação .

7.2. Sugestões

O Estado Moçambicano deve fazer parte da integração económica na SADC. Mas isto não significa que o país deva abrir as suas portas para a exploração do seu mercado de emprego; numa posição de vulnerabilidade. Antes, Moçambique deve criar instrumentos eficazes que protejam os produtos, bens, mercado de emprego e capital humano nacionais, conciliando, evidentemente, os interesses internos com os objectivos previstos pela SADC.

No âmbito da SADC deve-se criar instrumentos um Centro de Orientação Escolar e Profissional que permitam que se caminhe naturalmente, respeitando as diferenças existentes intra – bloco, para a livre circulação de pessoas, serviços e bens. E para isto é necessário formar um ambiente favorável para a integração, é necessário olhar-se para a governação, a luta contra a corrupção e outros factores que condicionam o processo de integração; sobretudo no interior dos Estados – membros.
Especificamente sobre Moçambique, o Governo não pode atingir os objectivos da SADC sem a intervenção dos Orientadores. Portanto é importante que se adoptem medidas criadoras e pró activas na mobilização das organizações destes serviços de orientação Escolar e Profissional e da sociedade civil, para que invistam na implementação dos programas de integração na região.
O papel do Orientador deve ser a todos os títulos decisivo. Mas para tal o Governo deve auxiliar e aumentar os Centros de Orientação, e intensificar o esforço de modernização, inovação, tecnologias, de modo a colocar no mercado de emprego nacional e internacional profissionais de qualidade que possam competir em de pé igualdade com os países da região.


Referência
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en formation, Document de travail de la conférence Européenne" le nouvea
rôle de l`orientation professionnell dans le cadre du marché unique".
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AUBRUN, S . e OROFIAMMA, R.Les competences de 3e Dimension, ouverture
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Formation de Formateurs, Paris.1990.
BOHOSLAVSKY, R. Orientação Vocacional – A estratégia clínica. São Paulo, Martins
Fontes, 1977
BOHOSLAVSKY, R. Lo Vocacional: Teoria, Técnica e Ideologia. Buenos Aires,
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CRUZ, Paula a tal. Manual de Praticas Pedagógicas. Editora educar; Maputo 2008.

Ministério do trabalho de Moçambique(2003). Classificação Nacional das Profissões.

NERICI , Imideo G. Introdução à didáctica geral ; 16ª edição , editora atlas; São Paulo
1991.
PROENÇA, José J.G. Formação Profissional e Desenvolvimento Nacional, , Lisboa, 1964.
REIS, Mª Celeste e SANTOS, José Pinto. Formação e Rendimento Profissional estudo
de um caso de formação de aprendizes. Lisboa 1970.
SORSVEDENSON, S. 1994. Innovation dans les systèmes nationaux d`orientation
profissionnelle. Document de travaille de la Conference Européenne
"Le noveau rôle de lòrientation Professionelle dans le cadre du marché
unique", Rome.
SORTANE, Conceita & FALUSSO, Delfim(2008) Ficha 4 de OEP, 3 º ano.UP.Maputo.
WATTS, A.G. 1993. Orientação Escolar e Profissional na Comunidade Europeia. Serviço
das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo.

http://www.govnet.gov.mz/sitemap
http://www.ipv.pt/millenium/ect5_pinho.htm

Wednesday, September 10, 2008

disturbios psicomotoras da crianca

Introdução






AGNOSIA
Perda total ou parcial da faculdade perceptiva de pessoas ou coisas classificada geralmente de acordo com o sentido ou os sentidos atingidos.
Fonte: BLAKISTON

AGRAFIA
Perda da capacidade de expressar idéias com simbolos escritos ou impressos. É uma subdivisão da afasia.
Fonte: BLAKISTON – HURTADO

APRAXIA
Impossibilidade de resposta motora na realização de movimentos com uma finalidade, sem que isso se deva à paralisia, paresia, ataxia ou alteração do tônus.
Fonte: HURTADO


CINÉSIOLOGIA
A ciência da anatomia, fisiologia e mecânica, dos movimentos musculares voluntários com finalidade, do homem.
Fonte: BLAKISTON

CINESTESIA
Modalidade de sensibilidade proprioceptiva que informa o cérebro sobre os movimentos dos segmentos corporais. Em relação aos segmentos do corpo pode ser parcial ou global. Os estímulos podem ser sensoriais (extero, próprio e interoceptivo).
Fonte: BUENO

CONCENTRAÇÃO
Condicionamento – Conduta – Conflito – Contato afetivo – Coordenação – Criatividade – Debilidade Motora – Decodificar – Desejo – Desenvolvimento – Desenvolvimento Psicomotor – Destreza – Diagnóstico – Diálogo Tônico – Disgrafia – Distração – Domínio – Educação Psicomotora – Emoção – Equilibrio – Esquema Corporal – Estágios do Desenvolvimento – Estímulo – Expressão – Fadiga – Feedback

FILOGÊNESE
Hitória evolucionária das espécies.

FLEXIBILIDADE
Função motora – Gesto – Grafomotricidade – Habilidade Motora – Hiperatividade – Hipercinesia – Hipersinergia – Hipotonia – Homeostase – Imagem Corporal – Individualidade – Instabilidade otora – Integração – Interação – Intervenção – Iteração – Jogo

LATÊNCIA (TEMPO)
1- Qualidade ou estado de latente; 2-Período de inatividade entre um estímulo e a resposta por ele provocada; 3- Med.Incubação; 4- Psicol. Presença de elementos psíquicos esquecidos na esfera subliminar da conscência, donde podem ressurgir.

MOBILIDADE
[do lat. Mobilitate] – 1- qualidade ou propriedade do que é móvel ou que obedece às leis do movimento; 2- Facilidade de mover-se ou de ser movido.

MOTRICIDADE
[Do fr.motricité.] – Propiedade que têm certas célulaas nervosas de determinar a contração muscular.

ONTOGÊNESE
Estudo da formação e desenvolvimento do individuo, acompanhado em todas as fases de sua evolução.

PARATONIA
Perturbação do tônus muscular ( debilidade Motora) Consistindo principalmene numa dificuldade do relaxamento.

PRAXIA
Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtnção de um fim ou de um resultado determinado.

PRONO
Deitado de barriga para basixo.

PULSÃO
“Uma pulsão tem sua fonte numa excitação corporal: o seu alvo é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional e no objeto...”(Freud).

REAÇÃO
Resposta motora involuntária, variável, transitória ou durável.

REFLEXO
Resposta motora invariável e imediata. O estímulo é preciso, involuntário, consciente ou não. Os estimulos podem ser sensoriais ( extero, próprio ou interoceptivo) ou sensíveis. O reflexo pode ser inibido temporariamente pela fadiga.

RELAXAMENTO
Resistência – Resposta – Ritmo – Sensação – Sensibilidade –
Senso Perceptivo – É a faculdade de perceber através dos sentidos.

SIMBOLIZAÇÃO
Terapia Psicomotora.

TÔNUS
Uma das formas manifestas de energia em nosso corpo. Um estado normal de resistência e elasticidade de um tecido ou de um orgão. Podemos distinguir, para fim de estudo Objetivo do tônus, três formas básicas: TÔNUS DE BASE, TÔNUS DE FORÇA e TÔNUS DE POSTURA.

TÔNUS DE BASE
Aquele que observamos na situação de repouso.

TÔNUS DE FORÇA
Aquele que observamos quando o corpo, ou parte do corpo, faz resistência contra algo, ou faz força.

TÔNUS DE POSTURA
Aquele que observamos quando o corpo, ou parte do corpo, se opõe à força da gravidade.
























1 O CONCEITO DA PSICOMOTRICIDADE E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DOS TEMPOS

De acordo com Fonseca (1992), o conceito de psicomotricidade não foi sempre o mesmo visto que ao longo dos tempos e ao longo do desenvolvimento da civilização humana foi tendo várias concepcões. Estudar a evolução do conceito da psicomotricidade é de alguma forma estudar a significação do corpo.
Entretanto, podemos entender que, na civilização oriental bem como na ocidental, desde a civilização grega, passando pela idade média, até aos nossos dias, o significado do corpo sofreu inúmeras transformações. Os grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles e até mesmo algumas correntes religiosas como o cristianismo, negligenciaram sempre e função do espírito. Descartes considerava o corpo objecto fragmentado do espaço visível separado do sujeito conhecedor.(Idem).
Este cenário muda, todavia no século XIX, onde o corpo começou a ser estudado. Esta preocupação começa com os neurologistas que tinham como necessidade a compreensão das estruturas cerebrais. Posteriormente surgiram os psiquiatras que tinham como motivação a clarificação dos factos patológicos.(Ibidem).
Entre os pioneiros no campo neurológico, psiquiátrico e neuropsiquiátrico descam-se Krishaber, Von Movakon, Bonnier, Mayer Gross, Weir-Mitchel, Wernick, Foerster, Piesse, Head e outos. Estes cientístas confiriram ao corpo significações psicológicas superiores, quer no âmbito dos estudos das assomatotognosias, quer ainda das anosognosias, apraxias ideotórias, ideomotoras, contrutiva, apractognosias, etc. (Fonseca, Op.cit).

No campo da patologia deve-se a Dupré (1909), o termo “Psicomotricidade” a quando da introdução, por ele, dos primeiros estudos sobre a debilidade motora nos débeis mentais.

No campo científico, isto é, a psicomotricidade vista como campo científico tem com grande pioneiro Henri Wallon, ao publicar em 1925 L’Enfant Turulent, e em 1934, Les Origines de Caracter Chez L’Enfant. Wallon inicia assim uma das obras mais relevantes no campo do desenvolvimento psicológico da crança.
Guilmain, médico, psicólogo e pedagógico sobressai ao impulcionar as primeiras tentativas de estudo de reeducação psicomotora, publicando em 1935 uma obra clássica de grande impacto: Fanctions Psychonotrica et Troubles du Comportamente.
A concepção de Guilmain sobre testes ou tipos de acção reeducativa e as primeiras orientações metodológicas sobre reeducação psicomotora nascem de um efeito estimulador adquirido das obras de Wallon . Assim define Guilmain os objectivos de reeducação psicomotora. “Seguindo em todas crianças a organização das funções do sistema nervoso á medida que se opera a maturação, podemos reabilitar as manifestações próprias das próprias funções em causa”.(Guilman apud Fonseca, Op.cit:44).
A obra de Wallon continuou e continua a influenciar a investigação sobre crianças instáveis, impulsivas, emotivas, obsessivas, apáticas, delinquentes, etc. A influência da obra de Wallon alastrou a vários campos de formação, quer psiquiátrico, quer psicológico e pedagógico.
Wallon é o principal responsável pelo nascimento do movimento de reeducação psicomotora, superiormente conduzido mais tarde pela mão de Ajuriaguerra e Soubirau.
Os conceitos de Wallon foram rexaminados por Ajuriaguerra, Stambak, N.Galifret-Granjon e Berges no hospital de Rousell, tendo marcado influência terapeuta, para além de ter tido implicações extraordinárias noutras áreas, como o da pedopsiquiatria (Bergeron, Henjer, Koupernik, etc) e na psicologia do desenvolvimento ( Malrieu, Lurgat, Lezine, Tru-Thougiete).
Depois de sair do hospital de Hanre-Rouselle, Ajurriaguerra, ao dirigir a clínica de Bel-Aire em genebra continua aser líder da escola francófora da psicomotricidade. Ai deenvolve intensa actividade científica, processeguindo e construíndo a obra de Wallon.

No campo educacional, Le Bolch (psicocinética) e de Remain ( eduacação das atitudes), divulgaram as obras de Wallon e Ajuriaguerra.

No campo terapeutico subiram a mago desenvolvimento pesquisas em muitos domínios lançados por aqueles pioneiros.
Walllon é de facto apedra angular do edifício da psicomotricidade, onde não se pode negligenciar obviamente o papel das obras de Piaget, Freud e de Ajuriaguerra.
A psicomotricidade á luz de Wallon e de Ajuriaguerra concebe os determinantes biológicos e culturais do desenvolvimento da criança como dalécticos e não como redutíveis uns aos outros.
Paralelamente, os autores amaricanos, partindo da concepções perceptivo-motora baseadas em acções experimentais, coocaram o desenvolvimento em termos de independencia e não de mútua exclusão, tais são os casos de Strauss, Hebb e Gesell, posteriorment Brunner e Piaget, influenciaram tais correntes de pensamento rude. Sobressaem os trabalhos de Kophart, Barsch, Kostig, Getman, Cruikshank, Doman e Delacato, e fundamentalmente de Crahy e Ayres, trabalhos muito pouco conhecidos pelos continuadores de Wallon e Ajuriaguerra.
Surgiram também embora pouco referidos quer nos trabalhos dos autores americanos quer nos europeus, os estudos dos autores soviéticos na área da psiconeurologia do movimento os nomes de Ozeretsky (divulgados por Guilmain), Vygotsky, Beruntein, Zaporozhete, Elkoniu, Galpriu e Luria.
A psicomotricidade tende actualmente a ser reconceptualizada, não só pela “intruçã “de factores antropológicos, filogenenéticos, ontogenéticos, paralinguísticos, como essencialmente cibernéticos e psiconeurlógicos. È na integração transdiciplinar destas áreas do saber que provavelmente se colocará no futuro a evolução da actualização do conceito da psicomotricidade. (Idem, 15-16).
A psicomotricidade é entendida hoje como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio e o instrumento privilegiado através da qual a consciê bncia se forma e se materializa. (Ibidem, Loc. Cit: 16).









2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA PSICOMOTOR HUMANO

De acordo com Fonseca (1992: 293), o sistema psicomotor humano (SPMH) baseia-se em estruturas simétricas do sistema nervoso, compreendendo o tronco cerebral, o cerebelo, o mesencéfalo e o diencéfalo, que constituem integração e organização psicomotora fundamentalmente da Tonicidade, da equilibração e de parte de lateralização, que integram substractos neurológicos de granbde passado filogenético e de certa forma inerentes á maioria dos vertebrados e também das estruturas assimétricas, compreendendo os dois hemisférios cerebrais que asseguram a organização psicomotora da organização do corpo, da estrutura espaço-temporal e da praxia global e fina, exclusiva da espécie humana, derivado á sua complexidade organizativa e sistémica.
O SPMH emerge dos fundamentos filogenéticos e ontogenéticos que serão abordados detalhamente neste trabalho, seguidamente.

2.1 Abordagem Filogenética Do SPMH

A filogenia é o estudo das mudanças no desenvolvimento das espécies.
Este capítulo responde ás questões:

1. Como é que em termos evolutivo e sistémico se adquire e e se atinge a psicomotricidade?
2. Que condições sócio-histórico são necessárias garantir e que substracto neurológicos se integram?

Em primeiro lugar, segundo Fonseca (Op.cit:288), é preciso considerar a nossa dimensão filogenética. È preciso compreender a razão da noss evolução antropológica e o lugar que ocupamos na natureza para podermos entender o significado da nova motricidade, que obviamente transcende a função dos músculos.
De acordo com a perspectiva neurológica evolutiva de Plog 1970 apud Fonseca (Op.cit), as áreas e os centros funcionais do cérebro do primata e do homo sapiens apresentam uma grande diferenciação espacial, o que nos ajuda a perceber as diferenças entre a motricidade (equipamento característico de qualquer vertebrado) e a psicomotricidade ( funcionamento equipamento e especificamente humano)

Quadro1: Diferença Funcional do Cérebro do Primata e do Homo Sapiens

Áreas Cerebrais Primata (cm²) Homo Sapiens(cm²) Diferença
Área Occipital 47 103 (mais 56)
Área Parietal-Inferior 9 79 (mais 70)
Sistema Límbico 9 17 (mais 8)
Córtex Motor 42 63 (mais 21)
Área Frontal 33 208 (mais 175)
Área Temporal 100 193 (mais 93)
Miscelânia ___ 177 (mais 177)
Total 240 840 (mais 600)

Fonte: Fonseca, 1992:289.

Este autor defende que de forma global a grande expensão está reservada aos lobos frontais a (de planificação motora), temporais (de integração e elaboração da linguagem e da estruturação temporal dos movimentos) e parietais ( de integração de imagem do corpo), ou seja, representam funções complexas dado que as áreas de acção motora e da projecção sensorial constituem parâmetros de organização extrínseca de todas espécies, isto segundo Hebb, (1976 apud Fonseca, Op.cit) e, assim, não apresentam expansões significativas.






3 EVOLUÇÃO DA MOTRICIDADE

3.1 Conceito de Motricidade

De acordo com Waechter (1979: 572), a avaliação do SM consiste no exame dos seguintes elementos:

1) Tônus;
2) Massa ou tamanho;
3) Força; e,
4) Alterações nos movimentos.
TÔNUS
Uma das formas manifestas de energia em nosso corpo. Um estado normal de resistência e elasticidade de um tecido ou de um orgão. Podemos distinguir, para fim de estudo Objetivo do tônus, três formas básicas: TÔNUS DE BASE, TÔNUS DE FORÇA e TÔNUS DE POSTURA.
No que diz respeito ao tônus, é avaliado na criança de modo passivo, movimentando-se as suas extremidades dentro da faixa limite de cada movimento estando a criança calma e relaxada. Assim podemos contaar o aumento ou a diminuição do tônus bem como as limita,cões involuntárias.
Quanto a massa ou tamanho, é avaliada pela inspecção e palpação onde podemos notar uma assimetria focal ou unilateral e também qualquer redução generalizada da massa muscular.Com este procedimento podemos também identificar a consistência muscular anormal.
A força é avaliada através do teste de grupos proximais e distais das estremidades.
Alterações dos movimentos- o examinador deve estar alerta para movimentos vertiginosos ou mesmo movimentos espasmódicos da Coréia de Sydenham (doença de St.Vitus) e imobilidade e rigidez associada à intoxicação por fenotiazina.

Ajuriaguerra (1985:209), considera que a evolução da motricidadae infantil é complexa e passa por várias fases nomeadamente:

1ª Esta ligada a organização da constituicao motora, organização da tonica de fundo, da organizacao proprioceptiva e o desaparecimento das reaccoes primitivas;

2 ª Constitui a organizacao do plano motor onde ocorre a passagem da integracao sucessiva para a integracao simultanea;

3 ª Diz respeito a automatizacao do adquirido. É de referir que nesta fase a mobilidade e enriquecida atraves dos condicionamentos e das inibacoes proprias ou estranhas ao SPMH, sendo que a motricidade dependera da forma de maturacao motora, em termos neurologicos, assim como, da forma de desenvolvimento da forma de referencias no que diz respeito ao plano construtivo espacial e a evolucao dos planos perceptivo-gnosico, gnosoconstrutivo e corporal .

A evolucao da crianca e a sensoriomotora sao dois aspectos que nao devem ser dissossiados. Numa 1ª fase a motricidade é disfusa e indiferenciada caracterizada por uma reacividade global, adquirido progressivamente os valores sucessivos de modos de contacto e de expressao, de exploracao e de utilizacao. (Ajurriagueirra, Ibidem:210)

Atraves da motrocidade e da visao acriança descobre, e manipulando-os ela redescobre; esta descoberta e impotortante para a crianca quando ela a capaz de segurar e de largar, quando ela tem adquirido a nocao de distancia entre ela e o objecto que manipula, quando o objecto nao mais faz parte de sua simples actividade corporal indiferenciada (Loc. Cit.)

Ao longo do desenvolvimento da criança nop estádio sensório-motor, a criaça começa a experiementar formas diferentes de agir sobre os objectos e observa os seus efeitos, desenvolve apermanência do objecto, e é capaz de representar objectos (imitação, jogos, linguagem), a aprender a nomear uma grande capacidade de objectos, a representação mental ou simbólica marca o fim do período da inteligência sensório-motora contribuindo, estes aspectos para o surgimento do pensamento operatório ou representativo. (Rocha, ....)




4 OS TIPOS PSICOMOTORES

Para Ajuriaguerra (Ibidem), os aspectos da motilidade apresentam uma concordância entre um comportamento motor particular e uma forma de actividade psiquica relactivamente definida. Os tipos psicomotores entram no quadro de formas subnormais de comportamentos infantis ou nos quadros patológicos.

A. Homburger, M. Gourévitch, H. Wallon, descrevem os principais tipos psicomotores partindo da patologia, da descrição da síndrome de insufiência psicomotora.

Os autores referem a existência de certa ambiguidade entre a noção de tipologia psicomotora e a síndrome psicomotora no sentido patológico do termo.

M. Gourévitch partindo da filosofia distingue diferentes comportamentos motores:

- O componente extrapiramidal que compreende o tónus, a regulação da inervação e da desinervação, têmporo-rítmos, movimentos automáticos (que podem ser expressivos e defensivos), sincinesias.

- O componente piramidal que engloba a força e a energia dos movimentos, a precisão dos diversos elementos motores.

- O componente frontal que integra a ctividade motora, a facilidade nos movimentos simultâneos, a atitude para a criaçao de fórmulas motoras.

- O componente córtico-cerebral que consiste na adaptação dos movimentos no espaço (direcção e coordenação).

Esta divisão é estabelecida em função da patologia e tem apenas valores negativos. Mas também, corresponde a pontos particulares da patologia do adulto. Cada etapa da evolução do cérebre ligado ao amadurecimento progressivo das nossas células e novas vias , necessitam de uma teoria fisiopatológica nova. (Lotmar apud Ajuriaguerra).

As lesões da mesma natureza e do mesmo nível podem produzir sintomas clínicos diferentes conforme a época em que elas são produzidas. Os distúrbios da criança em evolução raramente são puros dado que o seu polimorfismo é bastante característico. Seus componentes motores ligados a determinados componentes psicológicos ou patológicos, segundo seus envolvimentos podem dar origem a síndromes diferentes.

Segundo H. Wallon (apud Ajuriaguerra), os tipos psicomotores podem ser mais ou menos acentuados e em graus superiores passa a ser síndrome:

 O tipo de infantilismo motor de A. Homburger;
 O tipo de assinergia motora e mental de insuficiência cerebelar;
 O tipo extra-piramidal inferior de Homburger-Gourévitch;
 O tipo extra-piramidal médio;
 O tipo extra-piramidal superior, que H. Wallon também chamou de subcoréico, ja que a instabilidade que a caractriza tem alguma semelhança com a coréi;
 O tipo córtico-projectivo;
 O tipo córtico associativo de insuficiência frontal;
 O tipo instável posturo-psíquico.


Ajuriaguerra (Ibidem), propõe uma tipologia psico-afectivo-motora na qual estão reunidos elementos pertencentes a diversos planos: morfológico, clínico e afectivo:

 O tipo atlético hipertônico – lento, desajeitado, forte, bastante musculoso, com extensibilidade reduzida, diminuição do balanço ao andar;
 O tipo hipotônico, asténico-passivo – desajeitado, mole, deprimido, hiperextensível com pendulismo acentuado, corresponde ao asténico e ao psicastécnico adulto.
 O tipo dilatado – hábil, ágil, frequentemente hiperextensível, apresentando em geral, reacções e atitudes que limitam o seu balanceio. Sintônico ou hipersintônico próximo do emotivo-motor.
 O tipo longilígeneo osteomuscular – ágil, hágil, com uma extensibilidade normal, balanço em geral reduzido por reacção de postura. Dentre estes tipos os dois primeiros são considerados patológicos.

























5 DISTÚRBIOS PSICOMOTORES

5.1 Distúrbios Tônico-Emocionais Precoces

São considerados distúrbios tónicos-emocionais precoces a privações afectivas que se dividem em 2 partes :
• Privação afectiva parcial, e
• Privação afectiva total

No que diz respeito a privação afectiva parcial, esta aperece a partir do terceiro mes, observa-se um atraso motor com rigidez quanto a expressão facial e caso se prolongue a criança entra em depressão anaclítica.

Quanto a privação afectiva total esta se caracteriza por distúrbios motores, tornando as crianças complentamente passivas colocando a criança com rosto enexpressivo imóvel incapaz de ser voltar.
A dado momento a motricidade se manifesta sob a forma de espamus mutans com movimento bizarros dos dedos que lembram movimentos catatônicos, isto é, imobilidade do corpo.
Ajuriaguerra cita três tipos de distúrbios psicomotores na criança:
• A hiperactividade crônica
• A hipertensão muscular, e
• O estupor com hipertonia muscular.

Os referidos distúrbios tensionais são encontrados nas crianças cuja a mãe esgotou-se durante os últimos meses da gravidez ou sofreu distúrbios emotivos, nas crianças alimentadas artificialmente, ou que tenham sido desmamadas na 1ª semana ou que tenham desmamado mais tarde de modo bastante brutal ou ainda nas crianças mamadas insuficientemente ou ainda que sofreram uma disciplina esfinteriana muito precoce ( nas crianças pematuras por exemplo).
E ainda a hipertonia muscular, é secundária a uma tensão interna cujas as bases são fisiológicas e que se relacionam com a asfixia e a fome. No entanto a sedação da hipertonia pode ser atingida por um conjunto de procedimentos como: os banhos mornos as carícias na face e na cabeça, diminuição da luz, embalos rítmicos embora estes procedimentos não tenham relação com a nutrição ou a respiração os últimos mencionados agem na modificação do tônus postural.

5.2 Hábitos e Descargas Motoras Durante a Evolução

No proseguimento da analise da evolução psicomotora observa-se que nos primeiros anos o desenvolvimentos psicomotor da criança regista-se um certo número de actividades motoras primitivas mas que são consideradas em geral como tendo um quadro clínico patológico. Estas manifestações ritmicas aparentam uma limitação pela mobilização de um circuito sensório- sensitivo-motor, contudo noutras equiparam –se a configuração complexa e se integram no seu aspecto ambíguio na manipulação e de significoção inter-relacional no desdobramento da mobilidade.
No mesmo processo o movimento pode encontrar objectos e orificios onde ele se adapta, objectos e orficios em que se satisfaz de definir os ojectivos e necessidades mais localizadas.
As descargas motoras das crianças são agrupadas em quatro categorias que demostraram as relações entre determinados tipos motores a frequência e a forma destas actividades:
1) Descargas do tipo exploratória que se caracterizam por: esfregar o nariz com as mãos, olhos, as orelhas e a cabeça, retorcer os cabelos, colocar os dedos, tocar em seus órgãos sexuais e na pélvis.
2) Descargas do tipo retnico que diz respeito a todos balanceios ( por exemplo: deitado, sentado, de pé, de quatro) que inicialmente se centram na cabeça, no tronco e todo corpo)
3) As descargas do tipo auto-ofensivo corresponde a bater na cabeça com as mãos, bater a cabeça contra os lados da cama contra parede ( I. Lezine e M Stambak apud ajuriaguerra)
De acordo com as características do tônus as descarga será diferente, nomeadamente:
• A criança hiportónico que caracateriza-se por ser apática, com movimentos inprevisíveis, interuptos, com grande mobilidade, que se desenvolve com as aquisições durante a evolução e também, caracterizada por numerosas descargas de tipos violenta.
• Criança hipotônica- apresenta articulaçõs extensíveis com movimentos simples e desassociados. É bastante calma com desenvolvimento postural bastante tardio; apresenta um atraso quanto a manipulação delicada de objectos. As descargas motoras são menos numerosas do que as descargas de exploração do proprio corpo.
• Estes aspectos fazem parte do modo deser da criança na fase de desenvolvimento , pois podem tornar-se necessários, posto que a sua presistência de desenvolvimento e a organizção da sua patologia

5.3 Psicodinâmica De Hábitos Motores Persistentes

No que diz respeito á psicodinâmica dos hábitos motores persistentes a abordagem é feita sob perspectiva dos ritmios motores e sob perspectiva das formas particulares.

5.3.1 Ritmios Motores

O termo “Ritmos” de acordo com M. Schachter (apud Ajurriaguerra), diz respeito as manifestaçãoes motoras ou psicomotoras mais ou menos regulares bastante bruscas e de amplitude variável de um caso para o outro, que podem afectar tanto a acabeça apenas (ritmia cefálica) como a cabeça e os olhos (rítmo oculo cefálico), quanto á cabeça e o tronco (ritmo cefalo-corporal). Oaspecto ritmico é frequente, também na criança normal e as partes do corpo envolvidas dependem directamente do grau do desenvovimento neuromotor.

R.S Lourie, atribui a certas ritmias motoras o valor da necessidade instintiva de satisfação e de fenómenos de facilitação do desenvolvimento motor e do desenvolvimento foprmativo do ego. Entretanto, estas ritmias podem ser utilizados posteriormente como expressão emocional.

Ajurriaguerra considera ainda que este movimentos de cabeça o spamus mutans, fenómeno oscilatório cefálico ( horizontal, vertical, diagonal ou rotativo) que é de nistagmo em 60% dos casos.

O head baging – que também pode ser denominado de offensa capitis, diz respeito a um hábito que se caracteriza por um movimento de balanceio de grande amplitude, mais comummente de frente para trás, embora ocasionalmente possa ser de um lado para o outro, sendo cada período acentuado por um grande golpe mais ou menos violento de cabeça contra uma superfície ou qualquer outro elemento existente que se encotra ao alcance da criança.
Pode ocorrer em crianças normais que não apresentam distúrbios psicóticos. A offensa capitis é um meio de reduzir a tensão que poderia estar associada com o nascimento dos incisivos e com o período de transição entre o poder se sentar e engatinhar. Estas manifestações desaparecem progressivamente, embora possam persistir além da idade de 4 anos e as vezes até mesmo a idade de 10 anos.
A offensa capitis tem como factores as retrições de movimento no berço ou á negligência materna. Alguns autores aventam a possibilidade destas crianças não apresentarem dores (agnosia á dor), todavia transparece que a sensação da dor existe embora ela possa ser centralizada pelas partes cinestésicas, auditivas e pela complacência rítmica.

A Tricotilomania – Corresponde a um impulso inrresistivel de arrancar cabelos. Pode no entretanto, estender-se ás outras regiões além do couro cabeludo, constituíndo no facto de arrancar os pêlos axilares, os cílios ou mesmo pêlos púbianos.

Enroscar os cabelos, acaraciá-los, querer arrancá-los faz parte dos hábitos da criança durante o primeiro desenvolvimento. A tricomania é mais frenquente nas pessoas do sexo feminino. Este tipo de conduta é encontrado nos casos de encefolopatia e na esquizofrenia. Os distúrbios podem aparecer após a u tauma do couro cabeludo, uma síndrome inficciosa, respiratória, e que a doença pode ser acompanhada de descuatite seboborréica ou de pruriado. Fazem parte da história destes indivíduos a perda dos seus membros na família, a separação dos pais ou o nascimento de um irmão ou uma irmã. Episódios depressivos mais ou menos graves foram observados em quase 68% dos casos. Os cabelos podem ser arrancados isolados isoladamente ou por tafos, partindo ou destruindo por esfregamento.
E alguns casos a tricomania pode ser acompanhada da tricofagia. São também frequentes as associações com onicofagia, jactitio capitis, bulimia etc. Bem como com problemas escolares ou istabilidade psicomaotora.
Ao que tudo indica há neste quadroclinico uma constelação familiar particular: mãe crítica, hóstil, intolerante, manifestaçãoes de agressão ou de afirmação altamente compensativa, um pai subjugado pela esposa e relacionamento mãe- filha extremamente ambivalente das duas partes, comportando ao mesmo tempo hostilidade e medo da separação.

A Onicofagia – O roer as unhas não tem uma relação significante com o nível mental do indivíduo. Os onicófagos são considerados como pessoas vivas , hiperactivas, autoritárias, que exteriorizam pouco ou mal os seus sentimentos e que vivem em um certo estado de tensão. O roer de unhas comparando com seus companheiros “normais” aparentam ser mais indiferentes, mais instáveis, mais distraídos e mais desobedientes.
O que se pode depreender do exame da maioria dos onicófagos é uma certa instabilidade psicomotor, um certo fundo de tensão e ansiedade. Estas crianças foram consideradas em geral como crianças difíceis ou como crianças “nervosas”. Encontramos comummente na constelação familiar uma situação parental tensa ou anormal, a incompetência notória a um dos pais, a rivalidade acentuada entre irmãos e irmãs ou a inadaptação ao meio escolar.
Existem, porém diferenças que distinguem a psicologia do que chupa os dedos da do que rói as unhas: O primeiro é em geral calmo, plácido, difícil de ser comovido, enquanto que o segundo é mais vivo, hiperactivo, autoritário. Observamos entretanto, que estes dois sintomas podem ser encotrados associados. Tem sido descrita uma onicofagia de imitações, de tal forma que pode ser produzia uma verdadeira epidemia em uma turma escolar ( onifagia por hábito), embora se distinga a onicofagia verdadeira.
A onicofagia é considerada como uma simples descarga motora relacionada com o estado tensional.

5.4 Patogenia Das Descargas E Hábitos Motores

Durante muito tempo, as descargas motoras foram vistas como fenómenos patológicos, todavia, estudos genéticos demostraram a sua existência em crianças normais.
Contudo movimentos atetosicos verdadeiros existem em crianças, anormais que por sua vez se defere dos atetosos por ter configurações particulares. Existe uma variedade de movimentos que representam em seu conjunto um comportamento lúdico e que são produzidos devido e distúrbios motores elementos do tipo atetosico.
De acordo com H.Bonnafoo-Serieux e Ey (1938) cinesios são produzidos sobre um fundo de atetose discreta desenvolvendo¬_se entratanto através de uma série de movimentos, copmlexos, variáveis e de tendências ritmicas: são acompanhadas por manifestação da satisfação: ocorrem durante as pausas das actividades ou adaptada ou sob forma de comportamento intermitente.
H . Wallon na sua obra L `Enfant Turbulent, condensa que estes movimentos obedecem a busca de sensações, ao mesmo tempo semelhantes e diferentes entre si. Seus apectos ritmicos e suas variações mostram bem, assim como a sucessão da fases afectivas diferentes entre que são reconhecidas por gritos mais suaves ao mais estridentes pelas variações de colaboração da pele, pelos brilhos dos olhos e pelo fluxo da saliva.
De acordo com H.Bonnafoo-Serieux e Ey citado por ajuriaguerra estas cinisias diferem da atetus pelos os seguintes critérios: sua insconstância, suas relações com a atenção interessada, a euferia que elas provocam, seu aparecimento busca durante os períodos da inactividade e sua inibição pela actividade adaptada (voluntária ). As cinesias são extremamente frequentes nas crianças que apresentam um disturbios no desenvolvimento intelectual ou uma regressão do tipo psicológico, estes fenómemos seriam mais frequentes nos retardos que apresentam temperamento excitável e os outros acreditam que nos retardados estes fenómenos estejam relacionados com hospitalismo.
Toda essa série de comportamento, manifestam-se através da motricidade e referem-se igualmente ao manejo do próprio corpo na medida em que estes fenómenos tem um sentido diferente conforme os períodos evolutivos da maturação motora e da organização da personalidade .

Este tipo do comportamento torna-se patológico quando não contribuem mais com informaçõs e não provocam mais esteriotipos irreversíveis.

5. 5 Os Tiques

Segundo Ajurriaguerra (Op.Cit.), os primeiros passos no estudo dos tiques devem-se a Trousseau (1873), Brissand (1893) e Charcot este último o primeiro a evidenciar a importância de um factor psicol’ogico na gênese do tique. De acordo com Charcot, os “tiques baseiam-se na execussão súbita e imperiosa, voluntária e absurda, repetida a intervalos inrregulares porém próximos de movimentos simples, isolados ou complexos em seu conjunto que representam objectivamente um acto adaptado a um fim determinado.”

Citando Waechter (1979: 598), “tiques (espasmos habituais) consiste num movimento exteriotipado e repetitivo de um ou mais grupos musculares geralmente da face ou do pescoço. Embora esses tiques sejam inconsciêntes eles frequentemente aumentam com o stress e excitação e quando solicitada, a criança é capaz de controlá-los. Eles com frequência encontram-se associados com problemas emocionais cujo tratamento elimina este tipo de alteração.”

A sua execussão é antecedida por uma necessidade que sua repressão causa mal-estar e que a vontade e a distração podem suspendê-los. Cruchet salienta que o tique pode ser apenas um movimento em acção não fixo e se assemelha a certos gestos habituais embora sejam uma caricatura de actos naturais . Os tiques são mais bruscos ,mais repentinos, mais variáveis e estas caracteristicas impermanentemente infuncionais levam a uma escrição dos tiques Segundo o seu usculatu funcional.
O Tique é despropositado e extemporâneo, é um acto sem efeito e imcompleto e pode variar de uma criança para outra e numa mesma pessoa, pode também estender-se, deslocar-se conforme as circunstâncias posições e situações.

5.5.1 Categorização dos Tiques

5.5.1.1 As Localizações e as Formas dos Tiques

Tiques Funcionais- são os mais comuns e aparecem em todos os actos funcionais onde intervêm a musculatura facial. Dos quais destinguem-se:

• Tiques das pálpebras (piscar, arregalar,e nictação);
• Tique das sobrancelhas
• Tiques do nariz
• Tiques da testa
• Tiques dos lábios (mordiscar, embiçar, sucção, caretas)
• Tiques da lingual (crossitar,assobios, lambidelas)
• Tiques do maxilar

Tiques da Cabeça e do Pescoço, nomeadamente:

• Meneios;
• Saudação;
• Afirmação;
• Negação;
• Rotação.

E temos nese grupo o chamado torcicolo mental associado a movimentos como os espasmos de torção ou coreatetose.


Tiques do Tronco e dos Membros- detacando-se:

• tiques dos ombros
• Tiques dos braços
• Tiques das mãos
• Tiques dos dedos (raspar-se, tricoplastia, onicofagia, peotilomania).
• Tiques do tronco (saudação, banceamento, estremecimento.
• Tique abdominal
• Tique do salto (mudança de passo, passo de polca)

Tiques Respiratórios- as pessoas afligidas por este tique:

• Fungam;
• Aspiram;
• Roncam;
• Sopram;
• Bocejam;
• Assoam;
• Tossem;
• Soluçam;
• Tem tique laringofacial em que a tosse associa-se ao movimento da face.

Tiques de Fonação e Verbais - estes parecem-se aos anteriores mas com a produção de:

• Gritos inaticulados;
• Latidos;
• Carcarejos;
• Grunhidos; e,
• Crocitos.

São formados pela emissão de sílabas inarticuladas de palavras e frases sempre idênticas em geral de carácter obceno.

Tiques Digestivos - tiques de deglutição com aerofagia, eructação em salvas, falsa necessidade de ir ao banheiro.

Esta descrição é relativa pois cada doente tem um tique particular ou associação de tiques. O tique pode-se alterar ou mudar como também pode permanencer sempre o mesmo.

O tique é evidenciado como uma necessidade permanente de executar um acto e se impõe com obsessão e cuja a realização provoca uma satisfação excessiva deslocada, também é evivenciado como uma necessidade de fazer alguma coisa proibida e incompátivel o que faz com que a pessoa se sinta envergonhada e dê importância ao facto de ter sido observado executando o acto.

Os tique podem ser destinguidos como simples sem significação psicológica, emocional ou simbólica e complexo que parece comportar componentes psicólogicos dominantes reduzindo a tensão e em cuja a expressão simbólica encontramos conflitos que giram em torno de impulsos agressivos e de necessidades sexuais imperiosas.

5.5.2 A Personalidade Da Criança Com Tiques

Existem dois tipos diferentes:

O primeiro tipo e a de crianças bem adaptadas que tem uma boa escolaridade, e que para tais o tique é uma manifestação que cria dificuldades no seio da família.

Essas crianças são ansiosas, infantis e comprtam-se como pequenos neuróticos.

O Segundo tipo é constituído pelas crianças instáveis, turbulentas, desatentas na escola e em casa.

Diferentemente dos primeiros essas são mais extrovertidas e o tique é uma manifestação de um medo, de uma adaptação ao meio e se associam a isto os comportamentos turbulentos e com atitude de contrariedade e de agressividade e de medo. Existem também formas itermediárias , antagónicas de obediência-revolta, que se pode considerar como um retardamento afectivo.

Segundo Meige e Feindel citados por Ajurriaguerra os pequenos ou grandes, os indivíduos que apresentam tiques tem um estado mental correspondente a uma idade inferior a que tem (infantilismo mental), com ligeira versatilidede, despreocupação, emotividade afectiva e transitória , impaciência , um acesso de fúria tipicamente infantil, timidez extrema , falta de moderação ou equilíbrio no julgamento dos seus actos, afectividade teimosa, paixões vivas, breves e estranhas, tem fixações narcísicas que pode manifestar-se sobre tendencies sádicas ligadas aos desejos masoquistas, pois o tique pode ser com fim de irritar os pais ou uma agressão contra eles, pois determina da parte deles tanto críticas quanto reprenssões.Daí a necessidade de se estudar o quadro familiar onde se desenvolve a criança com tiques.

Muitas vezes é um filho único vivendo num ambiente familiar tenso com uma mãe perfecccionista e ansiosa, com atitude muito permissiva em alguns casos e repressiva em outros como por exemplo no caso da masturbação.

O tique geralmente é mal suportado pela família e normalmente é visto com um propósito desagradável adverso ou ofensivo. Muitas vezes a família tende a reprimir os tiques o que pode provocar na criança sentimentos de culpa.




5.5.3 O Diagnóstico dos Tiques

Este é geralmente fácil e baseados nas características próprias dos movimentos e da personalidade do indivíduo. É também distinguido de certos movimentos animais como:

Os movimentos Coréicos (involuntários dos músculos).

São conhecidos por grande variabilidade e impossibilidade de inibição. Q ue é característica amorfa que é oposto ao character figurado dos tiques e sua diferença de evolução.

Os movimentos Conjuratórios

Estes tem semelhança com os tiques em particular co determinados gestos opostos. Destinguem-se das ritmias que são movimentos simples ou combinados así mesmos sucedendo-se a intervalos regulares como o batimento do metronome que se localizam sobretudo ao nível da cabeça e do tronco.Podem ser descritos especialmente em crianças mais novas e mais vezes em idiotas onde existem sob forma de cinesiterapia de jogo (movimentos dos corpos).

As Clonias em todas as suas formas

Que se destinguem dos tiques e o contexto clínico permite que se faça um diagnóstico diferencial.

O Espasmo Facial

Q ue por vezes ocasiona um problema difícil no diagnóstico em relação aos tiques da face mas que as condicções de desencadeamento e a possibilidade de in inibição temporária conduzem ao diagnóstico. E o estudo mais elaborado da pessoa como tal permitirá destinguir o distúrbio com um paraespasmo facial. No entanto é necessário que se observe o início tardio deste paraespasmos.

A Epilepsia bravais-Jaksoniana

Dificilmente hesitam-se a quando o exame que se tratam de tiques unilaterais, pois a crise apaga todas as dúvidas.

Os Tiques distinguem-se dos:

Hábitos motores e manipuladores do corpo

Estes primeiros inicaim-se mais cedo e não tem repentinidade do tique; e requer uma certa preparação, duram mais tempo e correspodem a actividade mais complicadas.

- Nesses casos a benignidade é mais patente
- A duração a intensidade e o movimento variam com repetições.
- Podem-se interromper o seu desenvolvimento.
- Podem ser controlados voluntariamente.
Os tiques também distinguem-se

5.5.4 A Etiologia Dos Tiques

Os tiques surgem entre os 6 e os 8 anos ou ás vezes na puberdade que pode conscidir com a época do crescimento. Mas neste caso o sexo não exerce nenhum papel.

Meige e Feindel apud Ajurriaguerra diferente de outros autores defendem o papel da imitação no surgimento dos tiques estes afirmam que os tiques são contagiosos entre os pré-dispostos, e estes autores acreditam que o efeito de um mesmo movimento imposto por uma ocupação profissional cria certamente uma pré-disposição quanto à localização de um tique nos músculos envolvidos com essa actividade. E Corbett apud (Op.Cit) encontran-se entre os indivíduos com tiques perturbações emocionais entre os quais as mais comuns às similares a de uma popula,cão de crianças perturbadas, etretanto os hábitos de gratificação, os distúrbios de linguagem e de defeccação incluíndo a encoprese, os sintomas obsessivos e a melancolia, ocorrem significativamente com maior frequência nos pacientes que tem tiques, enquanto que os episódios de cólera e de depressão ocorrem na população de crianças perturbadas.

5.5.5 Patogenia Dos Tiques

Existem 3 teorias Patogênicas dos Tiques das quais:

5.5.6 Teoria Orgânica ou Organofuncional

Os autores desta teoria destinguiram os tiques dos espasmos e das convulsões e discutem o mecanismo cortical e sub cortical destes diferentes tipos de “sacudidelas”.

Por exemplo- a epidemia da encefalite epidémica permitiu a eclosão da teoria lesional-descrevendo o facto de sequelas desta afecção de movimentos bastante semelhantes aos tiques com o mesmo character figurado. E por outro lado Meige e Feindel classificam o torcilcolo mental no grupo dos tiques admitindo que esta sindrome evidencia lesões mesencefálicas- mas não evidenciaram as observações demostrativas a origem lesional dos tiques.

Segundo Wilson apud (Op.Cit) os tiques de hábito aproximan-se do reflexo condicionado dando uma participação cortical aos movimentos das pessoas que tem tiques; considerando ssim que certos tiques são respostas condicionadas destinado a reduzir um estado de pulsão evocado primariamente por uma situação traumatizante; este situação cria um medo intenso e um movimento de fuga ou de ataque e se esse movimento conscide ou produz a sensação dos estímulos ele torna-se reforçado e pelo fenómeno de genaralização do estímulo, um medo condicionado como a ansiedade pode ser provocado e este diminui com a execução do movimento e tornase hábito solidamente arraigado.

5.5.7 Teorias Psicogenéticas

Estes preoucupam-se em estudar a função dos tiques ou a conferir significado aos tiques. Para tais, o tique é a mímica expressiva de um conflito entre as forças recalcadas e as que são recalcadas na criança, isto é o superego familiar. Rouart apud (Op.Cit) afirma que a função do tique emana essencialmente da sua estrutura compulsiva e conflitiva do conjunto de situações durante o qual ele aparece da criança no seu meio familiar do momento em que ele se manifesta e que é aquele que em que afloram determinados conflitos relacionados com a organização, dos complexos, sua evolução e a tentativa para eliminá-los .

Pelo de desafio que confere a sua iteracção pela repressão e a severidade que provoca pela exasperação cria no ambiente, o seu significado seja uma intencionalidade agressiva e a necessidade de punição daí o ser ser uma forma de expressão da culpa a despeito das súplicas e das ameaças.

Seu significado é também uma confissão ao contragosto no qual se partilha o character compulsiva e espetacular. Por vezes o significado tique é imediatamente acessível e outras vezes requer uma análise mais profunda, pois este pode ter um carácter substitutivo a um acto proibitivo ou impossível de realizar ou ainda como uma reprodução imperfeita ou simulação deste acto; por seu carácter motor, inacabado e furtivo. Porém podem existir outros significados múltiplos que o tique agrupa o que pode determinar ou até mesmo superdeterminar a sua forma.

No entanto todos outros autores clássicos concordam em atribuir aos tiques componentes psicolólogicos.

Segundo Ferenezi apud (Op.Cit) nas crianças afectadas pelos tiques existe um erotismo muscular e Segundo este autor, o tique assim como a masturbação é um gesto secreto pois é carregado de culpa e tem um carácter autopunitivo também ao mesmo tempo é um acto furtivo e provocante. E Klein atribui a importância ao facto de o tique parecer estar claramente associado a uma fantasia mastúrbatória cuja a elucidação é necessário para a cura; esta autora ainda defende que estas fantasias seriam essencialmente caracterizados pela identificação com o pain as relações sexuais., então nesta acção a criança se encontra em sí mesma e expressa em seu narcisismo fundamental.

5.5.8 Teorias Psicomotoras

Os autores como Feindel e Meige assume que existe um verdadeiro déficit motor nos individuos que possuem tiques, e outros autores encontram sinais característicos da debilidade motora. No entanto assume-se que existe uma associação entre a instabilidade psicomotora e os tiques e por outro lado os indivíduos com tiques apresentam alto grau de desorganização sob influência das emoções nas performances referents aos movimentos voluntários.

Segundo Mahler apud (Op.Cit) os indivíduos com tiques apresenam uma síndrome que ele denomina de “síndrome motora imperiosa” isto é a impossibilidade de controlar o funcionamento neuromuscular. E falando da personalidade da pessoa com tique ele diz que estas são levemente ansiosas , inibidos , facilmente deprimidos, passivos e seriam encontrados entre meninos-visto que é nos indivíduos do sexo masculino que o aparelho neuromuscular é a sede da agressividade. No entanto S Lebovici afirma que existem tiques nas doenças orgânicas, nos idiotas e nos dementes que a psicogênese simplismente não pode explicar; e que nos casos em que os tiques constituem elemento essencial do quadro clínico dever-se-á distinguir na criança: os tiques passageiros e que podem desaparecer de forma definitiva, dos tiques crônicos que constituem uma afecção duradoura e que acompanha um estádio neurótico caracterizado.

5.5.9 Tratamento E Evolução

Os tratamentos para os tiques podem ser classificados em:

• Medicamentosos
• Motores
• Psicoterapêuticos

Tratamentos medicamentosos_ muitos deles produzem poucas modificações exeptuando-se em alguns casos –o Diazepan e a Butirofenona.

Quanto aos tratamentos psicomotores: estes tendem a diminuir a instabilidade ou a debilidade motora pelo facto delas estarem associadas aos tiques atacando assim directamente aos tiques.

Para Brissaud apud (Op.Cit) pode fazer-se um método de combinação de 2 procedimentos :

- imobilização dos movimentos
- movimentos de imobilização

Que Meige chamou de “disciplina psicomotora” ao qual se pode associar a: ginástica diante do espelho, exercício metódico de expansão muscular e exercício sob controle do espelho.

Os Neobehavioristas: estes (Yates e Jones) redescobriram a técnica de hipótese de condicionamento que consiste na repetição voluntária do movimento durante uma meia hora em cada dia ou uma hora a cada 3 dias durante 3 semanas seguido de um repouso de 3 semanas e depois nova repetição.

E a técnica do Relaxamento Psicoterapêutico.

Segundo Lebovici o tipo de tratamento deve adaptar-se à personalidade do indivíduo que tem tiques. Por exemplo: o indivído que tem tiques que é instável o primeiro passo das preocupações terapêuticas é a reeducação psicomotora, esta reeducação deve ser feita frequentemente em regime de isolamento associado a um tratamento medicamentoso.

Quanto ao tique histérico,este deve ser melhorado através de uma terapia breve e entrevistas psicoterápicas com os pais.

O desaparecimento do tique histérico é completo porém se a criança não segue uma psicoterapia podem aparecer acidentes histéricos de uma outra natureza.

Os tiques de neurose obsessiva requerem uma psicoterapêutica psicomotora acompanhada por um tratamento psicanalítico que pode durar muito tempo.

No entanto nos obsessivos alguns tiques tem tendência à cura expontânea porém a terapia deve-se concentrar no tratamento da própria obsessão sem considera o desaparecimento do próprio sintoma.

Mas é de salientar que os resultados desses tratamentos terapêuticos todos são variáveis e são bons nas pequenas instabilidades mas pode aparecer de novo um tique como no caso do tique histérico.

5.6 A Debilidade Motora
1. Debilidade - é caracterizada pela presença de paratonias e sincinesias. A paratonia é a persistência de uma rigidez muscular caracterizada por uma inadequada incontinência das reações tônicas. Pode aparecer nos quatro membros ou apenas em dois. Há uma instabilidade na posição estática ou quando a criança caminha ou corre devido à rigidez. A sincinesia é caracterizada pela ação de músculos que não atuam em determinado movimento. Um exemplo desta situação é a criança fechar também a mão esquerda quando pega um objeto com a mão direita. Isto a impede de realizar atos coordenados e com ritmo devido a sua descontinuidade nos gestos e imprecisão dos movimentos. Podem aparecer ainda outros sintomas como tremores na língua, lábios, pálpebras e dedos quando estes são solicitados para a execução de um determinado movimento. A afetividade e a intelectualidade também podem estar comprometidas. A criança geralmente demonstra uma certa apatia e tem sonolência maior que as outras crianças. Mantém por muitos anos a enurese noturna, e, às vezes, a diurna, podendo apresentar também a encoprese. A linguagem é atrasada e a atenção, prejudicada.

E. Dupre, apud Ajuriaguerra (1985) descreve sobre o nome debilidade motora um estado patológico congênito do movimento; em geral hereditário e familiar; caracterizado pela exaltação dos reflexos tendinosos, perturbação do reflexo plantar, sincinsesias, ipneia dos movimentos voluntários intencionas, que chegavam a impossibilidade de realizar voluntariamente a resolução muscular .
Propus fala da paratonia que se manifesta pela impossibilidade de relaxar voluntariamente um músculo, ao invés do relaxamento desejado se instala uma contração que é tanto mais irredutivel, quanto mais esforço que faça, o indivíduo que deixe cair seu braço como se estivesse morto. Este indivíduo pode ser normal mais com problema de rigidez.

Estes sintomas são acompanhados de hiper-reactividade esteotendioso aquileana e da rótula em geral, menos acentuadas nos menbros superiores, de sintomas piramidais sinal de Babinski, hiperextensibilidade muscular. (Ajuriaguerra, 1985:232).
Debilidade Motora é uma condição patológica da mobilidade, às vezes hereditária e familiar, caracterizada pela exageração dos reflexos tendinosos, uma perturbação do reflexo plantar, um desajeito dos movimentos voluntários intencionais que levam a impossibilidade de realizar voluntariamente a ação muscular.
A debilidade motora não é um distúrbios neurológico como os outros , pois ,e um processo de interrupção do desenvolvimento das funções motoras e mais particularmente do sistema piramidal, isto implica, uma diminuição da força muscular , mas de um estado de insuficiência aos actos ordinários da vida.

5.6.1 Sinais Encontrados De Debilidade Psicomotora

Podemos encontrar a debilidade motora, na extensão baseada em dados anatómicos vagos que podemos agrupar- lesões de formas de encefalopatatias graves ao lado de manifestações atípicas do ponto de vista semiológico.

5.6.2 A Instabilidade Psicomotora Ou Síndrome Hipercinética

1º Instabilidade psicomotora
Instabilidade psicomotora – neste transtorno a criança não consegue começar e terminar a brincadeira e é assim com todas as suas produções corporais. Há uma dificuldade em inibir seus movimentos, provocando ações explosivas e agressivas. São crianças agitadas, ansiosas e inquietas, pois possuem uma grande necessidade em movimentar-se. Encaixam-se nos diagnósticos de hiperatividade, precisando, em alguns casos com perturbações severas no sono e na atenção, de medicamentos como anfetaminas e psicotônicos. As crianças com este transtorno podem ter uma grande tensão muscular e paratonias severas caracterizando uma instabilidade tensional, ou serem hipotônicas, elásticas e bastante flexíveis, o que chamamos de estado de deiscência. Em ambos os casos, a causa do transtorno é a falta de limite, a ausência de corte simbólico.

Bourneville descreveu nas crianças que apresentavam um ligeiro retardamendo, uma instabilidade caracterizada por uma mobilidade intelectual e fisica extremas, enquanto que Demoor, descreveu a instabilidade da criança comparando-a a uma coreia mental: observa um desequilibrio da afectividade, excesso de expressão das emoções ambivalência das reações (cóleras que se tranformam rapidamente em carícias, dor que passa rapidamente a alegria , actos de indisciplina dos quais a criança se arrepende quase imediatamente), a falta de inibição e de atenção , necessidade constante de movimentos e de mudanças com palavras e gestos entrecortados.

Abramson demostrou que o instável psicomotor actua em geral como um curto-circuito, isto é, a memoria imediata dos dados concretos é comumente boa nestes individuos, visto que eles não são capazes de ordenar os factos no tempo.

O instável é oposto do estável e o organizado é sugestionável e influenciável por tudo o que é irregular, seu humor oscila entre uma alegria um pouco forçada e uma depressão aborrecida.

S. Kiener classifica as instabilidades em dois grupos :
• As instabilidades adquiridas_ que podem ser a consequência de factores orgânicos ou traumáticos e situações psicológicas desfavoráveis (factores socio-económico e familiares);
• As instabilidades constituicionais –que corresponde as disposições inatas ou hereditárias que seriam relativamente independentes das condições mesológicas.

2º Síndrome hipercinética

Defini-se como sendo um distúrbio anti-social por desinibição do desenvolvimento, ou seja, alguns comportamentos desviantes com distúrbios do aprendizado.

A.Strauss e L Lehtinen apud Ajuriaguerra demostraram uma desorganização de todas as esferas cognitivas. Percepectivo-motoras e afectivas.

A hiperactividade se atenua entre os 11 e os 13 anos para finalmente desaparecer na adolescência.

Uma hipercinesia grave transtona a linha geral do desnvolvimento devido ao tipo experiência vivenciada pelo indivíduo e a repercurssão que ela provoca.

Tratamento - Médico- pedagógico .
3º O instável e o ambiente

A criança instável tem uma forma de relação fugaz, embaraça-se em momentos sucessivos tem afeições de aparência indeferenciada, reações em curto-circuito, satisfações instantâneas; suas reações não correspondem ao que o mundo circundante exige e os distúrbios que ela apresenta são em geral aumentados pelas reações do ambiente (meio familiar , escola) são crianças que incomodam , que se adaptam mal a uma ordem estabecida e a um aprendizado rígido, seu comportamento em geral incompreensível faz com que o meio reaja.

Tem como comportamentos mais frequentes:_ a oposição, a renúncia, a auto-acusação e a auto-punição .

4º Tratamento

- A psicoterapia aos pais;
- Uma organização escolar adequada com um trabalho adaptado as possibilidade da criança;
- A psicoterapia da criança deve ser tentada nos distúrbios do tipocaracterial;

Em todos os casos, o instável obterá beneficios de uma terapia psicomotora.












6 DISTÚRBIOS DA REALIZAÇÃO MOTORA

6.1 Distúrbios Da Eficiência Motora Na Desorganização Práxica
Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtnção de um fim ou de um resultado determinado.
As encefalopatias, o retardo motor e o retardo mental estão associados. O retardo da evolução motora acompanha o da inteligência e corresponde ao paralelismo psicomotor.
Algumas encefalopatias mínimas podem produzir distúrbios em que uma parte destes pode ser atribuida a uma lesão orgânica que afecta a percepção, o controle emocional a estabilidade e sem no entanto acompanhar necessariamente a um distúrbio importante de inteligência e nem uma sindrome deficitária de realização motora.
Heath, afirma existir uma relação estreita entre o nível intelectual e a eficiência motora nos débeis mentais, nos quais a eficiência motora manual se aproxima a eficiência intelectual. No entanto, existe uma desigualdade das eficiências segundo a natureza da tarefa proposta, uma vez que, entre os débeis endogênos apresentam um coeficente de intelegência mais alto com relação aos débeis exôgenos.
Existem ainda diferenças menos nítidas entre as formas de execução de acto motor e da realização da tarefa motora. M. Stambak, mostra que nas crianças débeis mentais existe pelo menos no plano de controle uma vontade evidente a que encotramos nos pacientes cerebromotores em oposição a afirmação de A. A. Strauss e L. E. Lehtine que insistiram quanto a falta de controle nesta criança.
Na patologia do adulto, a apraxia ocupa um lugar particular no quadro dos distúrbios da organização das funções simbólicas quanto as agnosias e as afasias. No caso de lesão orgânico-cerebral encotramos dificuldades nas cópias e nas formas geométricas ( H. Werner e A. Struss). Esse ponto Gubbaw et all, afirmam que na deficiência infantil encotram-se casos como distúrbio neurológicos variados, distúrbios práxicos, distúrbios de esquema corporal, distúrbios de orintação espacial, distúrbio de leitura, da escrita e do cálculo. De igual modo L. Di Cagno e F. Ravetto, descrevem os distúrbios de lesão cerebral nítida _as pratognosias, somáticas espaciais, que se caracterizam por distúrbios do esquema corporal, da lateralidade, da representação espacial e do ritmo da actividade gráfica.

6.2 Aspectos Clínicos Das Apraxias Infantis

Na criança ocorrem diversas desintegrações práxicas, que partem das apraxias de realizações moteras até ás especializadas:
APRAXIA
Impossibilidade de resposta motora na realização de movimentos com uma finalidade, sem que isso se deva à paralisia, paresia, ataxia ou alteração do tônus.
Fonte: HURTADO
 Apraxias de realizações motoras – São bastantes frequentes em crianças e ocorre simultaneamente com déficit motor neurológico e um deficit e retardo da organização motora. Caracteriza-se por falta de coordenação ou um déficit das apraxias utilitárias elementares em que os actos são executados com uma lentidão desajeitada e geralmente distorcido em relação a uma planificação ordenada.

 Apraxias construtivas – Geralmente estes distúrbios ocorrem tanto com uma lateralidade mal estabelecida , com dificuldade na gnósia dos dedos, sem que a autotopognosia seja alterada em seu conjunto e sem que a actividade gestual geral seja desorganizada, porém, crianças com essa patologia apresentam dificuldades quanto á imitação dos gestos.

 A planotopocinesia e as cinesias espaciais – São formas raras, em que ocorre a desorganização dos gestos junto com uma falta do esquema corporal, que se caracteriza por dificuldades de apontar as diferentes partes do corpo e executar movimentos simples. O gesto é por vezes pertubado nas suas sequências elementares de execução, visto que este se desenvolve num espaço dado e um quadro espacial ordenado e complexo. Geralmente este distúrbio é acompanhado de dificuldades quanto ás relações de recorte e de oposição e dificuldades de seriação. Sendo assim, estas crianças têm dificuldades de atar, abotoar e vestir.

As apraxias utilitárias são acompanhadas de dificuldades na utilização da noção de alto e baixo; direita e esquerda; dificuldades grafoconstrutivas que consistem na dificuldade de determinar a relação entre duas figuras e distúrbios de simetria em relação a um eixo central e dificuldades de imitação dos gestos simples ou complexos e de execução de getos simbólicos imitados.
 Apraxias especializadas – São inerentes a uma parte do corpo ou uma função particular da actividade gestual e destacam-se as seguintes apraxias:
1. Apraxia facial – Em certos casos os distúrbios de apraxia facial, residem em uma dissociação automático-voluntários da motricidade da face e se caracteriza por um déficit da motilidade voluntária sob comando.
2. Apraxia postural - Comporta distúrbios de um conjunto de atitudes e de sua combinação.
3. Apraxia objectiva -Comporta dois fenómenos distintos em que corresponde á apraxia do vestir.
4. Apraxia verbal – Corresponde a um tipo particular de relações verbo-motoras, que está relacionado com uma falta de ajustamento entre o acto e a ordem desse acto.

6.3 Psicopatologia Das Dispraxias Infantis

Ajuriaguerra aborda nesta temática apenas as hipóteses levantadas à propósito das apraxias infantis. Este autor advoga que os distúrbios práxicos localizam-se numa zona intermediária em que se combinam todos os gestos e atitudes requeridos pelo acto que o indivíduo predispõe-se a efectuar, o que está errado é a representação do acto no seu desenvolvimento espacial e temporal que pode assumir duas formas:

- o gesto a ser feito está relacionado com o bjecto e o distúrbio consiste numa inaptidão em adaptar a estrutura dos movimentos desejados à estrutura dos objectos;

- a impotência é de forma mais subjectiva deixando parecer estar afectada quando à gestão dos movimentos em suas relações com o próprio corpo.

A pesquisa realizada por Ajuriaguerra e sua equipa selecionaram crianças com inteligência normal, com relativa facilidade de expressão verbal mas que apresentavam dificuldades significativas de reprodução de modelos ligados às relações espacias.

Sob ponto de vista neurológico destinguem dois grupos.

1. Crianças com dificuldades motoras que pressupõe uma explicação do conjunto do quadro psicológico, em que constatou-se leves sequelas de lesões neurol’ogicas e resultados quase sempre insuficientes nas provas motoras;

2. Crianças nitidamente menos atingidas no plano motor em que o exame neurológico é quase sempre negativo e as dificuldades surgem apenas quando as actividades propostas exigem uma grande precisão na sua execução.

As pesquisas feitas (L.Bender apud Ajuriaguerra) sobre as psicoses infantis constataram a frequências dos distúrbios do esquema corporal, no curso desta síndrome, ligada a uma incapacidade de tomar uma consciência nítida do seu corpo, uma modificação do desenvolvimento da motricidade com controle insuficiente, dificuldade para adquirir novas praxias (sobretudo se elas implicam uma perda de dependência em relação à mãe).

Nas crianças psicóticas o desenvolvimento da percção está perturbado a acção sobre o mundo e a percepção do mundo também estão perturbados.

6.4 A Escrita E Seus Distúrbios

Segundo A. Llorach apud Bouton (1977:262), “os elementos que constituem a escrita são sinais gráficos cuja a estrutura é análoga à dos sinais linguísticos quer dizer que são compostos por uma expressão significante e por um conteúdo. Os dois sistemas de comunicação, linguagem e escrita conscidem num conteúdo idêntico: a experiência humana geral. Distinguem-se por seus significantes serem diferentes: a escrita serve-se de elementos gráficos e alinguagem de elementos vocais”.

A escrita é constituída de grafismo e linguagem e é indissociável das possibilidades motoras que a permitem adiquirir sua forma e o conhecimento da língua que lhe dá sentido. A escrita só é possivel apartir de um certo nível de organização da motricidade de uma coordenação dos movimentos e de um desenvolvimento no espaço.

Conforme dito por Ajuriaguerra e Auzias apud Bouton (ibidem:266) “cada indivíduo normal, manisfesta num dado nível do seu desenvolvimento a sua aptidão para escrever.

Mas esta potencialidade que depende da conclusão e da maturação de vários sistemas, só pode tornar-se efectiva por uma aprendizagem.

“Na nossa sociedade, a aquisição da escrita segue uma curva mensurável, já que ‘e controlada, por um lado,por factores de maturação organo-funcional, por outro, por um ensino progressivo. Por coseguinte, e despeito da sua natureza arbitrária, a escrita desenvolve-se na criança seguindo leis que se podem comparar às do desenvolvimento psicofisiológico.”

No estudo da escrita temos de levar em conta aspectos motores: a força, a coordenação, a organização dos movimentos, a rapidez e rítmo e a forma do movimento.

Segundo Bouton (ibidem:271) no que respeita à escrita, parece que a actividade sobretudo no início da aquisição, assenta numa associação, bastante estável e dificilmente posta entre parênteses, entre os movimentos da mão e dos dedos e dos órgãos articulatórios sob o controle permanente das gnoses auditivas (compreensão auditiva).

Pode-se considerar que em consequência do desenvolvimento das funções psíquicas mais elaboradas, se contituem subsistemas relativamente autónomos que, apesar da sua integração no sistema global da linguagem concebida como um todo, podem agir praticamente independentes uns dos outros, autonomia evidente em diversas formas de linguagem faladas e escritas.

A escrita implica a imitação de um movimento com direcção definida, a cópia de formas que tenham uma certa orientação e o desemvolvimento em um espaço representativo. A criança tem a necessidade de exprimir pelo movimento livre enquanto que a escrita impõe um quadro limitado a uma redução.

A evolução da escrita implica aorganização motora, a organização da actividade simbólica e gestual, o conhecimento do valor simbólico e do acto gráfico.

No entanto a escrita pode em certos casos, fazer-se por uma iniciativa pessoal anterior à idade escolar e fora da acção directa do meio familiar.

6.4.1 Disgrafia

A disgrafia corresponde a qualidade da escrita deficiente, todavia não corresponde a algum deficit neurológico ou intellectual. Pode acontecer portanto em crianças intelectualmente normais podendo ter uma escrita ilegível ou muito lenta dificuldades que dificultam a marcha normal da sua escolaridade.

Um grande número de crianças disgráficas apresentam defiências de adaptação psicomotora.

Os disgráficos podem ser isolados em cinco síndromes diferentes:

Os Rígidos_ caracterizam-se por uma procura de controle que constitui muito mais que um controle eficaz.

Os Relaxados_ caracterizam-se por poucas perturbações da escrita, e irregulars sob ponto de vista motor.

Os Impulsivos_ são caracterizados por uma escrita impulsiva e pouco controlada, a escrita apresenta uma forma escamoteada e a organização da página é muito ruim.

Os Inábeis_ caracterizan-se por uma escrita bastante deficiente.

Os Lentos e Precisos_ procuram ter uma presisão e cotrole da escrita. As formas das letras são precisas, a página é organizada a escrita é regular, tanto pela dimensão quanto pela inclinação das letras, porém é lenta.

6.4.2 Os Esquerdinos ou Canhotos

De acordo com Bouton ( ibidem:277) “ é um facto reconhecido pela experiência que os indivíduos mostram, pela organização da sua actividade e sobretudo pela da escrita, que obedecem a uma prefência manual. É geralmente a mão direita que se acha privilegiada; em casos mais raros, mas bastante numerosos, é a mão esquerda”.

Algumas crianças apresentam problemas particulares tanto do ponto de vista gráfico, propriamente dito quanto do ponto de vista mais geral da escolha da mão e do instrumento a ser utilizado estes são os- Esquerdinos ou Canhotos .

A preferência manual parece ter uma relação íntima com o processo de laterização. Neste caso os esquerdinos estariam lateralizados à direita, enquanto que os dextros à esquerda. Mas é de salientar que esta ideia é bastante tentadora pois deduz um cruzamento entre as zonas inter-hemisféricas visão teórica que sofre ainda certas especulações.

Segundo Ajurriaguerra este distúrbio depende de dificuldades puramente motoras de dificuldades relacionadas com um distúrbio da orientação e organização espacial, mas pode também corresponder a deficiência do próprio ensino( um mau ensinamento da escrita com a mão esquerda.).

Mas do ponto de vista puramente prático Auzias apud Bouton(ibidem:280) introduz considerações úteis afirmando que a preferência manual esquerda não deve ser considerada como um problema ou uma anomalia, salvo em certos casos particulares.

Mas os esquerdinos levantam um problema ao educador pelo facto de sua laterização não estar absolutamente definida e devido às estruturas do seu comportamento gráfico específico. Praticamente, três problemas se levantam em relação a estas crianças:

- A escolha da mão;
- Os métodos de ensino; e,
- Em certos casos, a questão da escrita em espelho.

Os problemas do esquerdino ao longo da aprendizagem da escrita podem ser reduzidos e mesmo eliminados se os pais e os professores dispuserem de informações que limetem as suas reações de ansiedade e lhes deem as indicações das técnicas particulares que devem ser utilizadas para facilitar a tarefa de aprendizagem das crianças.

Deve-se reconhecer todavia que os esquerdinos são potencialmente crianças perturbadas, primeiro porque vivem num mundo em que todos os instrumentos da vida corrente serem preparados para os destros e também porque a tendência do esquerdino pode ser um sinal de perturbações mais graves no que respeita à repartição das tarefas entre os dois hemisférios à representação especial, à orientação; pelo próprio facto do córtex direito e o córtex esquerdo só estarem em certos casos, pouco especializados.

Para Bouton (ibidem:281) pode-se deduzir que pelo facto do indivíduo ser esquerdino pode ser também uma vantagem, e até mesmo uma superioridade, em casos de ataque afásico (perda total ou parcial da função da palavra).

Mas sem sombra de dúvida o mais grave é contrariar o esquerdino ou canhoto.






Conclusão